Butiques Lazard e Moelis devem assessorar Aramco em IPO
(Bloomberg) -- A Saudi Aramco escolheu Lazard e Moelis para assessorar sua segunda tentativa de realizar a maior abertura de capital já vista, segundo pessoas com conhecimento do assunto.
Os bancos de investimento de perfil butique iniciaram trabalhos preparatórios para a colocação, segundo as fontes, que pediram anonimato porque a informação tem caráter privado. A expectativa é que eles desempenhem papel fundamental na listagem, inclusive na seleção de agentes de originação e bolsas, além de garantir que a petrolífera consiga atingir o valor de mercado esperado. A notícia é especialmente vantajosa para a Lazard, que não estava entre as instituições escolhidas pela Aramco para assessorar a primeira tentativa de IPO (oferta inicial de ações).
A companhia recrutou originalmente Evercore, Moelis, HSBC Holdings, JPMorgan Chase e Morgan Stanley. O bom desempenho na gigantesca colocação de títulos de dívida da Aramco neste ano colocou a Lazard em posição ideal para obter uma função na IPO.
A Lazard vinha se esforçando nas últimas semanas para ocupar um lugar na venda de ações, enviando alguns de seus principais negociadores de Londres, Paris e Houston para encantar representantes da Aramco em reuniões no Oriente Médio, segundo a Bloomberg News noticiou. A firma comandada por Ken Jacobs provavelmente substituirá uma das instituições que trabalharam na listagem anterior, de acordo com fontes.
Operação de US$ 100 bilhões
A Aramco planeja listar papéis no mercado acionário já em 2020 e ainda pretende trazer mais bancos para a operação, disseram as pessoas. Nenhuma decisão final foi tomada e os planos ainda podem sofrer mudança ou adiamento.
Representantes de Lazard e Moelis não retornaram imediatamente solicitações de comentários da reportagem. A Aramco, oficialmente chamada Saudi Arabian Oil, se recusou a comentar.
O reino parece disposto a recompensar com posições na listagem os bancos que demonstraram lealdade. A operação pode captar US$ 100 bilhões. O sucesso da Lazard na emissão de dívida ? que permitiu à Aramco levantar US$ 12 bilhões com taxa inferior à exigida do crédito soberano do controlador ? coincidiu com um período em que a Arábia Saudita ainda enfrentava críticas da comunidade internacional acerca do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi.
Ken Moelis, que ganhou o apelido "Ken da Arábia" foi um dos poucos banqueiros ocidentais a dar as caras no principal encontro de investidores da Arábia Saudita, em outubro de 2018, logo após o escândalo.
O plano para a IPO foi anunciado pela primeira vez em 2016, como pilar do programa Visão 2030 do governo para modernizar a economia saudita. O objetivo era listar no segundo semestre de 2018. A Aramco suspendeu formalmente a IPO no ano passado e decidiu comprar uma participação de US$ 69 bilhões na empresa química Saudi Basic Industries.
Repórteres da matéria original: Dinesh Nair em Londres, dnair5@bloomberg.net;Myriam Balezou em Londres, mbalezou@bloomberg.net;Matthew Martin Dubai, mmartin128@bloomberg.net
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