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Ex-presidente do conselho da Avianca tenta retomar controle

Ezra Fieser

26/08/2019 08h26

(Bloomberg) -- German Efromovich, o empreendedor que ficou conhecido por ter evitado a falência da Avianca Holdings há 15 anos, tenta manter sua participação na segunda maior companhia aérea da América Latina, três meses depois de perder o cargo de presidente do conselho.

O empresário boliviano está processando a United Airlines e a Kingsland Holdings, acionista minoritária da Avianca controlada por um dos homens mais ricos da América Central, em um tribunal estadual de Nova York para impedir que as empresas fiquem com sua fatia de 51,5% na companhia aérea.

"Neste processo, está em jogo o controle, o futuro e, possivelmente, a sobrevivência de uma das companhias aéreas mais importantes da América Latina", escreveram os advogados da BRW Aviation Holding, controlada por Efromovich, em documentos judiciais.

A companhia aérea de Bogotá passa por um momento crítico. O novo comando tenta implementar um plano de restruturação que inclui persuadir os credores a aceitar até terça-feira uma troca de dívida avaliada em US$ 550 milhões. Afetadas pelos altos preços dos combustíveis e pela concorrência de aéreas de baixo custo, as ações da Avianca acumulam queda superior a 25% este ano, enquanto os títulos da empresa, que vencem em 2020, são negociados em território distressed.

Nem o controlador da Kingsland nem o escritório de Efromovich responderam a e-mails pedindo comentários. A United não quis dar entrevista. Uma porta-voz da Avianca disse que a empresa não faria comentários, já que não faz parte do processo.

Efromovich perdeu o controle da empresa - e foi prontamente destituído como presidente do conselho - em maio, depois que a United informou o não pagamento de US$ 456 milhões em empréstimos concedidos pela companhia aérea norte-americana, que o executivo obteve oferecendo suas ações da Avianca como garantia. Como a United está impedida de controlar a Avianca devido a um acordo com o sindicato dos pilotos, a empresa deu poderes à Kingsland para supervisionar a situação como parte independente.

Citando o default de Efromovich, a Kingsland ganhou uma liminar para assumir o controle das ações, e agora abriu um processo para executar o empréstimo.

A BRW alega em processo aberto em 29 de julho que nunca deixou de pagar as parcelas do empréstimo e que a Avianca e a United estavam trabalhando para aumentar a liquidez depois que a garantia ficou abaixo do nível exigido.

Segundo a BRW, a Kingsland, controlada pelo empresário Roberto Kriete, não tem direito de controlar as ações com direito a voto ou de executar o empréstimo. O processo visa impedir que a Kingsland venda as ações.

--Com a colaboração de Peter Jeffrey.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net