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Jack Ma diz que é possível trabalhar 12h por semana com AI

Lulu Yilun Chen

29/08/2019 14h14

(Bloomberg) -- O bilionário Jack Ma, há muito tempo defensor de longas jornadas de trabalho na China, acredita que as pessoas poderão trabalhar apenas 12 horas por semana com os benefícios da inteligência artificial (AI, na sigla em inglês).

A jornada de trabalho poderia ser de três dias por semana, quatro horas por dia, com a ajuda dos avanços tecnológicos e uma reforma nos sistemas educacionais, disse o cofundador do Alibaba Group na quinta-feira, durante a Conferência Mundial de Inteligência Artificial em Xangai. Ma dividiu o palco com Elon Musk, presidente da montadora Tesla, que está instalando fábricas na cidade.

O empresário chinês citou a eletricidade como exemplo de como as descobertas tecnológicas podem liberar tempo para o lazer. "O poder da eletricidade é que aumentamos o tempo das pessoas para que possam ir ao karaokê ou dançar à noite. Acho que, por causa da inteligência artificial, as pessoas terão mais tempo" para aproveitar a vida como seres humanos, disse Ma.

"Nos próximos 10, 20 anos, todo ser humano, país, governo deve se concentrar na reforma do sistema educacional, garantindo que nossos filhos possam encontrar emprego, um emprego que exija apenas três dias por semana, quatro horas por dia", disse Ma. "Se não mudarmos o sistema educacional, todos teremos problemas."

Ainda este ano, Ma havia defendido uma jornada de trabalho de 12 horas por dia, seis dias por semana do setor de tecnologia. Em post em um blog, o homem mais rico da China criticou pessoas que esperam um estilo de vida típico de oito horas no escritório, desafiando as crescentes críticas em relação às longas jornadas de trabalho.

"Não me preocupo com empregos", disse Ma na quinta-feira, argumentando com otimismo que a inteligência artificial vai ajudar os seres humanos em vez de apenas acabar com seus empregos. "Os computadores só têm chips, os homens têm coração. E a sabedoria vem do coração."

Ma disse que o atual sistema educacional está desatualizado - adaptado para o período industrial - e imagina o dia em que as máquinas possam ser mais inteligentes que humanos em áreas de memória e habilidades repetitivas. Ele disse que os sistemas educacionais futuros precisam ajudar as pessoas a se tornarem mais criativas. Musk concordou com Ma, não esquecendo de divulgar seu projeto Neuralink, que tenta unir o cérebro humano à inteligência artificial.

--Com a colaboração de Chunying Zhang e Kristine Servando.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net