Em cortes de juros do Fed, o mercado consegue o que quer
(Bloomberg) -- A era dos tuítes pertubadores desafia a sabedoria convencional do mercado, mas pelo menos uma verdade ainda está de pé: o Federal Reserve decide quando aumentar os juros, e os traders decidem quando cortar.
O histórico dos últimos 25 anos mostra que, quando uma redução dos juros do Fed está pelo menos 50% precificada dias antes de uma decisão de política monetária - como é o caso para a reunião de 18 de setembro e posteriores -, o banco central sempre cortou as taxas, de acordo com dados compilados por Bloomberg. O presidente dos EUA, Donald Trump, que no mês passado pediu cortes de pelo menos 100 pontos-base, pode muito bem invejar esse histórico.
Se o presidente do Fed, Jerome Powell, quiser romper com esse precedente e convencer os operadores de que um corte de 25 pontos-base daqui a duas semanas não é um fato consumado, ele tem uma última chance de dizer algo relevante na sexta-feira, em Zurique. O cenário econômico sugere que não vai.
A atividade manufatureira do país encolheu pela primeira vez desde 2016, e a curva de juros dos títulos do Tesouro dos EUA se inverteu este ano, um indicador que precedeu todas recessões desde a década de 1960. Qualquer decepção no relatório do mercado de trabalho na sexta-feira pode alimentar o receio de que os riscos globais que o Fed citou como fatores da redução das taxas em julho possam ter chegado aos EUA.
"O mercado sabe nos dizer onde estão os perigos, o que está por vir", disse Jim Bianco, presidente e fundador da Bianco Research, em Chicago. "A taxa de fundos é a taxa de juros mais alta do mundo desenvolvido no momento - o mercado está dizendo que a taxa de fundos é muito alta."
Embora o banco central dos EUA sempre confirme as expectativas de cortes de juros, dados desde 1994 - quando o Fed começou a anunciar uma meta para a taxa - mostram que o Fed nem sempre obedece aos traders. Como o Fed fez vários cortes durante a crise financeira de 2008, os aumentos foram precificados mas, como os mercados estavam erráticos, o dado provavelmente pode ser ignorado.
--Com a colaboração de Sophie Caronello.
Para contatar o editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Emily Barrett em N York, ebarrett25@bloomberg.net;Cameron Crise em N York, ccrise6@bloomberg.net
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