Sob pressão, BHP defende laços com grupos de lobby
(Bloomberg) -- A BHP disse que os acionistas devem rejeitar uma medida para obrigar a maior mineradora do mundo a cortar vínculos com grupos de lobby do setor, vistos como um obstáculo aos esforços para cumprir as metas globais de combate à mudança climática.
Investidores com participações no valor de cerca de US$ 95 bilhões, que incluem o MP Pension, da Dinamarca, e o Church of England Pensions Board, apoiaram uma resolução de acionistas apresentada pelo Centro Australiano de Responsabilidade Corporativa antes das assembleias anuais da BHP. A resolução pede que a mineradora suspenda sua participação em grupos que promovam políticas incompatíveis com os objetivos do Acordo de Paris.
A BHP apoia o Acordo de Paris e tem como foco a redução de suas emissões de gases de efeito estufa, mas a resolução não reconhece os benefícios mais amplos proporcionados pelas associações do setor, afirmou a empresa na quinta-feira.
"O conselho reconhece que há um interesse crescente das partes interessadas na natureza e no papel das associações do setor", disse a BHP em comunicado. "As associações do setor têm capacidade de desempenhar um papel fundamental no avanço do desenvolvimento de padrões, melhores práticas e políticas construtivas que beneficiam os membros, a economia e a sociedade."
Os grupos de lobby são cada vez mais alvo de polêmicas, já que investidores pressionam empresas de recursos naturais a serem mais transparentes sobre como seus negócios causam impacto sobre as mudanças climáticas, além de como se protegem contra futuras regulamentações climáticas.
A Rio Tinto já anunciou que vai se afastar de grupos que entrem em conflito com suas opiniões sobre mineração de carvão e mudanças climáticas. No ano passado, a BHP deixou a Associação Mundial do Carvão e disse em 2017 que monitoraria o trabalho de outros grupos, incluindo o Conselho de Minerais da Austrália, após uma revisão de sua participação em 21 associações.
A BHP, que afirma tomar medidas contra o aquecimento global há duas décadas, tem metas para reduzir suas próprias emissões de dióxido de carbono e planeja apoiar os esforços dos clientes para adotar medidas semelhantes com um programa de investimentos de US$ 400 milhões.
A empresa tem uma assembleia anual no Reino Unido, agendada para outubro, e outra na Austrália, em novembro.
Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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