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Reino Unido afasta perigo de recessão, mas riscos persistem

David Goodman

09/09/2019 08h21

(Bloomberg) -- A economia do Reino Unido cresceu no ritmo mais rápido em seis meses em julho, um desempenho inesperadamente forte que pode acalmar os temores de que o país esteja enfrentando uma possível recessão antes do Brexit.

A economia registrou crescimento generalizado, com predominância do setor de serviços, que teve o melhor mês do ano. Se as condições se mantiverem, a economia deve se expandir 0,4% no terceiro trimestre, mesmo que o PIB permaneça inalterado em agosto e setembro, evitando um segundo trimestre consecutivo de retração.

No entanto, existem sinais de que a economia perdeu momentum mais recentemente, devido à crise política relacionada ao Brexit, que abalou a confiança, e a escalada da guerra comercial entre EUA e China.

Em relatório divulgado na segunda-feira, a KPMG alertou que, se o Reino Unido deixar a União Europeia sem acordo, a decisão poderia provocar uma recessão que duraria quatro trimestres, com uma retração de 1,5% do PIB próximo ano. A Resolution Foundation disse que a próxima recessão pode ser "desnecessariamente dolorosa", porque as políticas monetária e fiscal não possuem as ferramentas para combatê-la.

"Os dados de hoje mostram que a economia do Reino Unido se expandiu fortemente em julho, e esperamos que os dados mostrem um ganho adicional em agosto. O maior risco é que a economia entre em declínio ainda este ano - um Brexit sem acordo continua sendo uma possibilidade real e a economia possui apenas um fraco momentum subjacente", disse Jamie Rush, economista-chefe para a Europa da Bloomberg.

Os que se opõem a um Brexit sem acordo tentam impedir que o primeiro-ministro Boris Johnson force a saída do Reino Unido da União Europeia no próximo mês, sem um acordo de transição para amortecer o golpe.

Com a turbulência, Johnson, que apostou seu recente cargo de primeiro-ministro na promessa de concretizar o Brexit em 31 de outubro, foi derrotado nas votações do parlamento, perdeu a maioria, enfrentou renúncias no gabinete e fracassou em sua tentativa de realizar eleições gerais.

--Com a colaboração de Mark Evans e Harumi Ichikura.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net