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Índia proíbe cigarros eletrônicos em onda global contra vaping

Ari Altstedter e Bibhudatta Pradhan

18/09/2019 12h52

(Bloomberg) -- A Índia entrou para a lista de países que decidiram proibir os cigarros eletrônicos, apenas alguns dias depois dos produtos da Juul Labs terem desaparecido dos mercados on-line chineses. A medida sinaliza que os países asiáticos podem não ser um refúgio para o setor, atualmente sob crescente pressão nos Estados Unidos.

O governo do primeiro-ministro Narendra Modi anunciou um decreto na quarta-feira proibindo a venda e produção de todos os cigarros eletrônicos, o que ecoa preocupações em todo o mundo sobre os riscos à saúde associados aos dispositivos de nicotina sem fumaça, que caíram no gosto de adolescentes.

"Por que estamos debatendo se é mais ou menos prejudicial? É prejudicial. É viciante", disse Preeti Sudan, secretário de Saúde do governo indiano. "Toda a próxima geração irá pelo ralo, se não controlarmos isso agora."

Originalmente apresentado como uma alternativa mais segura para ajudar as pessoas a deixarem de fumar, os cigarros eletrônicos sofrem uma onda de críticas nos EUA, especialmente por seu apelo entre os jovens. A decisão da Índia segue proibições semelhantes em cerca de 27 outros países, que incluem Austrália, Cingapura e Brasil, e a suspensão das vendas on-line dos produtos Juul na China, o maior mercado de tabaco do mundo.

Apesar do aumento das restrições globais ao vaping, alguns países consideram os cigarros eletrônicos uma alternativa viável ao tabaco, uma das principais causas de morte que pode ser evitada. E, embora empresas de cigarros estejam entrando no mercado eletrônico de entrega de nicotina - com destaque para um investimento de quase US$ 13 bilhões na Juul da Altria Group, fabricante da marca Marlboro -, o alerta sobre os riscos associados ao vaping pode impulsionar as vendas dos produtos mais importantes das gigantes de tabaco.

A Juul começou a vender seus vaporizadores de nicotina on-line na China na semana passada. As lojas on-line da empresa haviam desaparecido nos sites do Tmall e JD.com, do Alibaba, na terça-feira, provocando rumores de que uma medida oficial poderia estar a caminho.

A Juul não recebeu uma justificativa para a retirada de seus produtos, de acordo com uma pessoa a par do assunto, mas disse em comunicado que deseja vendê-los novamente.

--Com a colaboração de Carolynn Look e Shruti Srivastava.

Para contatar a editora responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Ari Altstedter em Mumbai, aaltstedter@bloomberg.net;Bibhudatta Pradhan em Nova Délhi, bpradhan@bloomberg.net