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Huawei e China Mobile podem se aliar para compra da Oi, diz jornal

Mario Sergio Lima

22/09/2019 17h50Atualizada em 23/09/2019 09h21

(Bloomberg) — Huawei Technologies e China Mobile estão explorando uma parceria para entrar na disputa pela Oi, disse o jornal O Globo neste sábado, sem citar como obteve a informação.

A Huawei, fabricante de celulares que está no meio da guerra comercial entre EUA e China, busca a oferta como uma oportunidade de entrar no mercado brasileiro e expandir seu alcance para a tecnologia 5G, informou o jornal. O plano também surge quando o governo brasileiro quer uma solução para a Oi, que está em recuperação judicial desde 2016, acrescentou O Globo. Há dois anos, a China Mobile já havia manifestado interesse pela Oi.

Um porta-voz da Oi não quis comentar a informação do Globo. Huawei negou interesse em comprar Oi ou qualquer tele no Brasil, segundo informou a Reuters, citando email enviado pela empresa. Funcionários da China Mobile não puderam ser contatados após o horário comercial.

A especulação sobre a proposta ocorre após o Senado ter aprovado um projeto de lei para atualizar a estrutura obsoleta de telecomunicações do país, abrindo caminho para a Oi implementar um plano para vender até US$ 2 bilhões em ativos não essenciais. No início desta semana, a Suno Notícias informou que a China Mobile apresentou uma solicitação para operar no Brasil e, eventualmente, adquirir a Oi. A Anatel disse em 17 de setembro que não tinha nenhuma informação oficial sobre a solicitação.

A aprovação do Senado também provocou especulações de negociações entre outras empresas. Na semana passada, Telecom Italia e Telefonica Brasil negaram notícias na mídia brasileira de que estariam negociando com a Oi.

A operadora de telecomunicações do Rio de Janeiro quer vender ativos, incluindo sua unidade africana Unitel e concentrar-se na sua rede de fibra ótica, a maior do Brasil, para aumentar novamente a receita ao entrar na última fase de um plano de recuperação judicial de dois anos.

A Oi registrou um prejuízo de R$ 1,56 bilhão no mês passado e queimou cerca de R$ 2 bilhões do seu caixa no segundo trimestre, mesmo com os investidores ainda se recuperando da reestruturação da dívida de US$ 19 bilhões da empresa em dezembro de 2017. Os resultados levaram o maior acionista da gigante de telefonia a procurar um substituto para um CEO.

—Com a colaboração de Pablo Gonzalez.