Onda global contra vaping atinge outra gigante do tabaco
A crise do vaping atinge outra gigante do setor de tabaco: a Imperial Brands disse que o lucro ficou estagnado após uma forte desaceleração da receita proveniente das alternativas ao cigarro tradicional.
O alerta da Imperial, que fabrica o cigarro eletrônico Blu, é mais uma consequência da onda global contra o vaping, que já arruinou os planos da maior fusão do setor.
"Isso questiona o modelo de negócios de longo prazo da Imperial Brands e da indústria do tabaco", disse James Edwardes Jones, analista da RBC. "As implicações não devem ser subestimadas."
O alerta de Imperial acontece um dia depois de a Altria ter abandonado as negociações para uma possível fusão com a Philip Morris International. A Altria também designou um de seus executivos para o comando da abalada fabricante de cigarros eletrônicos Juul Labs.
Autoridades de saúde dos EUA tentam identificar uma doença misteriosa ligada ao vaping, minando as expectativas para um dos maiores mercados em crescimento no setor. Agora, consumidores questionam os dispositivos, antes apontados como menos perigosos para a saúde do que os cigarros tradicionais.
A Imperial Brands, a menor das maiores empresas de tabaco, perdeu mais da metade de valor de mercado em relação ao pico de 2016. Com um orçamento de pesquisa mais apertado do que as rivais, a empresa tem se esforçado para concorrer com cigarros eletrônicos como o Juul e o IQOS, da Philip Morris, que aquece o tabaco sem queimá-lo.
Depois de anos evitando esse mercado para focar em produtos vaping, a Imperial lançou recentemente seu primeiro dispositivo de tabaco aquecido no Japão.
O negócio de produtos alternativos da Imperial continua sem dar lucro, mas deve atingir o ponto de equilíbrio ao longo de 2020, disse a CEO Alison Cooper em teleconferência com investidores. A fabricante britânica dos cigarros Winston disse que o lucro por ação ficou praticamente estável em moeda constante e as vendas aumentaram cerca de 2% nos 12 meses encerrados em setembro.
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