IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Morgan Stanley lista ações que ganharão com mudança climática

Ishika Mookerjee

25/10/2019 11h31

(Bloomberg) -- O mundo precisa gastar US$ 50 trilhões em cinco áreas tecnológicas até 2050 para reduzir as emissões de poluentes e cumprir o objetivo do Acordo de Paris de conter o aquecimento global, segundo relatório de analistas do Morgan Stanley.

Para baixar as emissões líquidas de carbono para zero, o planeta precisa erradicar o equivalente a 53,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano, de acordo com o relatório, que identificou energia renovável, veículos elétricos, hidrogênio, captura e armazenamento de carbono e biocombustíveis como as principais tecnologias que poderiam colaborar para o alcance da meta.

As emissões de carbono a partir de combustíveis fósseis bateram recorde no ano passado, porém variam as estimativas de quanto custaria para atingir o objetivo do Acordo de Paris de manter o aquecimento da temperatura global em 2 graus. A Agência Internacional de Energia Renovável vê necessidade de US$ 750 bilhões empregados por ano no segmento durante uma década. Cientistas da Organização das Nações Unidas entendem que aplicar US$ 300 bilhões na recuperação de terras degradadas compensaria emissões e daria tempo para o mundo desenvolver tecnologias de carbono zero.

Estas estão as estimativas do Morgan Stanley para as cinco principais áreas tecnológicas e algumas das 33 empresas que podem se beneficiar:

  • Energia Renovável

  • A geração de energia renovável exigirá US$ 14 trilhões até 2050, incluindo investimentos em armazenamento de energia.
  • Fontes renováveis precisariam fornecer cerca de 80% da energia global até lá (comparado a 37% atualmente), o que significa 11.000 gigawatts em capacidade adicional, excluindo hidrelétricas.
  • A queda rápida do custo da energia solar fará desta modalidade a tecnologia renovável que mais cresce na próxima década, com aumento anual composto de 13%.
  • Ações que podem se beneficiar: CGN New Energy Holdings, China Resources Power Holdings, China Suntien Green Energy, NextEra Energy.

Veículos elétricos

  • Com os automóveis de passageiros atualmente emitindo cerca de 7% dos gases causadores do efeito estufa, serão necessários US$ 11 trilhões para construir fábricas, expandir a capacidade de energia e desenvolver as baterias e a infraestrutura necessárias para migrar para veículos elétricos.
  • Atenção nas seguintes empresas: Beijing Easpring Material Technology, Rohm, Daimler e Panasonic.

Captura e armazenamento de carbono

  • Quase US$ 2,5 trilhões seriam necessários para tecnologias que capturam e armazenam carbono.
  • Atualmente o custo anual para capturar um milhão de toneladas de carbono é US$ 700 milhões, mas a projeção é que caia 30% até 2050.
  • Com a construção em andamento de 200.000 megawatts em capacidade de geração a base de carvão, a captura e armazenamento de carbono é a única opção para compensar as emissões dessas usinas, alerta o Morgan Stanley.
  • Entre as preferidas do banco estão Air Liquide e Bloom Energy.

Hidrogênio

  • São necessários cerca de US$ 5,4 trilhões para os eletrolisadores conseguirem produzir o gás, que pode ajudar a fornecer combustível limpo para geração de energia, processos industriais, veículos e aquecimento.
  • Também seriam necessários US$ 13 trilhões para aumentar a capacidade de energia renovável para alimentar as usinas.
  • Mais US$ 1 trilhão seriam necessários para armazenamento, além de investimento adicional em transporte e distribuição.
  • Empresas na liderança incluem Johnson Matthey e Air Liquide.

Biocombustíveis

  • Quase US $ 2,7 trilhões devem ser destinados a biocombustíveis como o etanol. Estes são atualmente misturados a derivados de petróleo, mas eventualmente chegarão a segmentos como a aviação.
  • Os biocombustíveis serão responsáveis por aproximadamente 4% do transporte global em 2030.
  • O etanol, biocombustível mais utilizado no momento, terá expansão ao redor de 3% ao ano, enquanto um tipo de biodiesel chamado óleo vegetal hidrotratado avançará mais rápido, com a produção quadruplicando até 2030.
  • Estão envolvidas empresas como Neste e a brasileira São Martinho