Investidores aceleram venda de ações dos EUA, diz Goldman
(Bloomberg) -- Investidores estão fazendo saques dos fundos de ações dos Estados Unidos no maior ritmo desde 2008 quando comparados à alocação em dinheiro e títulos, de acordo com o Goldman Sachs.
Ainda assim, a exposição em dinheiro segue perto de recordes de baixa, segundo estrategistas do Goldman liderados por David Kostin. A alocação em dinheiro está em 12%, apenas no quinto percentil dos últimos 30 anos, segundo o banco.
"A alta incerteza, o medo dos investidores de uma recessão e baixas alocações iniciais em dinheiro provavelmente limitarão um aumento significativo nas alocações de capital" em 2020, escreveu a equipe do Goldman em nota de 25 de outubro.
Assim como este ano, a demanda corporativa será a principal fonte de compra de ações dos EUA em 2020, segundo estimativas do Goldman. Embora o volume de recompras possa cair, a demanda líquida ainda é vista como forte graças à diminuição das ofertas públicas iniciais e ao aumento de fusões e aquisições com pagamento em dinheiro. Famílias e investidores estrangeiros também serão compradores líquidos, enquanto fundos de pensão devem continuar diminuindo as alocações, como tem ocorrido desde 2009, disse o Goldman.
Confira as principais estimativas do Goldman para 2020:
- As compras corporativas líquidas de ações dos EUA devem somar US$ 470 bilhões em 2020, uma queda de 2% em relação a este ano.
- As compras de investidores estrangeiros devem totalizar US$ 50 bilhões.
- O investimento de famílias é estimado em US$ 30 bilhões líquidos.
- As compras por fundos negociados em bolsa serão de US$ 150 bilhões líquidos, abaixo da média de cinco anos de US$ 220 bilhões.
Os fundos de ações dos EUA registraram saídas de US$ 100 bilhões no acumulado de 2019, o que seria o segundo maior volume de saques em 15 anos. Fundos mútuos com gestão ativa registram saques de US$ 217 bilhões, segundo dados compilados pelo Goldman. Os títulos de dívida mostram entrada de US$ 353 bilhões, enquanto as aplicações em dinheiro registram fluxo de US$ 436 bilhões, segundo análise do Goldman.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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