África do Sul avança meta de atrair US$ 100 bi em investimentos
(Bloomberg) -- O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse que seu governo está dentro da meta de atrair US$ 100 bilhões em novos investimentos em cinco anos, com mais de US$ 16 bilhões já garantidos e muitos outros projetos em andamento.
Com a economia estagnada, taxa de desemprego em torno de 30% e a dívida soberana do país em risco de perder sua única classificação de grau de investimento diante da piora das contas públicas, Ramaphosa precisa de capital novo para sustentar o crescimento. Sua campanha teve um bom começo em outubro do ano passado, quando uma conferência internacional de investimentos garantiu promessas que ajudaram a elevar as entradas de capital para o maior nível em cinco anos.
Dos 31 projetos anunciados anteriormente, 8 foram concluídos e 17 estão em construção ou em fase de implementação, disse Ramaphosa durante uma cúpula de atualização sobre os investimentos em Joanesburgo na quarta-feira.
"Queremos crescimento em nossa economia e estamos adotando várias medidas para corrigir o que os empresários disseram ser os impedimentos e restrições que impedem o crescimento", disse Ramaphosa em entrevista à Bloomberg Television no encontro.
As promessas de investimento anunciadas na conferência incluem:
- A fabricante de papel e celulose Sappi planeja investir 14 bilhões de rands (US$ 944 milhões) em quatro de suas fábricas nos próximos cinco anos.
- A Toyota Motor pretende investir 2,4 bilhões de rands na produção de um novo modelo de carro híbrido na África do Sul a partir de 2021.
- O Novo Banco de Desenvolvimento destinará um mínimo de US$ 1,6 bilhão para projetos de desenvolvimento de infraestrutura no próximo ano.
- Varejistas de roupas, como Woolworths Holdings, Foschini e Edcon Holdings, se comprometeram a gastar 6,5 bilhões de rands para aumentar a capacidade de produção com a criação de 20 mil empregos.
- Sete montadoras, incluindo BMW, Ford Motor e Volkswagen, planejam estabelecer um fundo de 6 bilhões de rands para incentivar mais sul-africanos negros a participarem do setor na próxima década.
Apesar do maior interesse dos investidores, o Tesouro Nacional projeta que a economia mais industrializada do continente africano terá expansão média de apenas 1,5% nos próximos três anos, diante do impacto dos apagões sobre a produção. O crescimento abaixo do esperado reduziu a receita tributária, fazendo com que os níveis de dívida e déficit subissem. A Moody's Investors Service alertou que pode rebaixar a classificação da dívida do país para junk, ou alto risco, a menos que medidas urgentes sejam tomadas para mudar a situação.
--Com a colaboração de Paul Richardson, Amogelang Mbatha, Prinesha Naidoo e Loni Prinsloo.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Michael Cohen Cape Town, mcohen21@bloomberg.net;Manus Cranny Dubai, mcranny@bloomberg.net
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