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Injeção de liquidez de bancos centrais deve continuar em 2020

Enda Curran, David Goodman (London) e Steve Matthews

06/12/2019 13h19

(Bloomberg) -- Os principais bancos centrais devem continuar injetando dinheiro nos mercados financeiros e nas economias em 2020, embora em um ritmo mais lento do que nos últimos meses.

A expansão mensal combinada dos balanços do Federal Reserve, do Banco Central Europeu e do Banco do Japão (BOJ) deve encerrar o ano no nível mais alto desde 2017, em um movimento de compra de títulos para impulsionar as economias ou melhorar a liquidez nos mercados monetários, segundo a Bloomberg.

Embora o ritmo de compras deva atingir um pico na virada do ano e diminuir ao longo de 2020, a expansão ainda marca uma reversão em relação ao início de 2019, quando o balanço total estava encolhendo. O Fed reduzia suas posições de forma ativa, e apenas o BOJ fazia compras. Não se sabe o efeito da onda de compras, pois a economia mundial continua ameaçada pela guerra comercial EUA-China.

Os cálculos da Bloomberg mostram que a expansão combinada do balanço dos três maiores bancos centrais deve somar quase US$ 100 bilhões por mês até o fim deste ano. O ritmo diminuirá um pouco em 2020, caindo para cerca de US$ 50 bilhões até meados do ano que vem.

Uma diferença em relação aos programas anteriores de flexibilização quantitativa, ou QE na sigla em inglês, é que, embora o BCE e o BOJ estejam se empenhando em estimular o crescimento econômico com a redução dos juros ao mercado, o Fed argumenta que está comprando títulos do Tesouro a um ritmo mensal inicial de US$ 60 bilhões devido à recente turbulência nos mercados monetários.

"Uma força que está de volta e em evidência é a liquidez dos bancos centrais", disse Matt King, diretor global de estratégia de produtos de crédito do Citigroup, em relatório recente aos clientes. "Apesar dos argumentos do Fed de que seu ajuste às reservas bancárias não é um QE", a mudança de estratégia neste ano ajudou a impulsionar as compras globais de títulos por bancos centrais, disse.

"A maior parte do efeito é psicológica", disse Stephen Stanley, economista-chefe da Amherst Pierpont. "O Fed está expandindo o balanço. O público vê isso como uma política monetária mais frouxa, mesmo quando o Fed insiste que não é uma mudança de política; com isso, os preços dos ativos aumentam."

Não se sabe se o reforço dos balanços realmente irá impulsionar a demanda econômica. O crescimento global permanece moderado, apesar de uma década de política monetária de afrouxamento.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Enda Curran em Hong Kong, ecurran8@bloomberg.net;David Goodman (London) London, dgoodman28@bloomberg.net;Steve Matthews Atlanta, smatthews@bloomberg.net