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Caça aos vapes esbarra em lei complicada para maconha nos EUA

Gerald Porter Jr.

12/12/2019 14h11

(Bloomberg) -- Quarenta e oito pessoas acabariam morrendo, e a unidade de narcóticos do Departamento de Polícia de Los Angeles corria contra o tempo.

A missão: fazer uma busca em dispensários ilegais de maconha, apreender cartuchos de THC para que um teste identificasse um contaminante e fazer tudo isso antes que mais pessoas contraíssem uma doença pulmonar fatal.

Mas havia um problema. A maconha é permitida na Califórnia. Com isso, as tentativas do Departamento de Polícia de reprimir varejistas ilegais se tornou um carrossel onde suspeitos eram presos e libertados, depois presos e libertados novamente, o que dificultou as chances de sucesso.

Enquanto isso, pacientes em Utah relutavam em fornecer informações porque o porte de maconha é ilegal no estado. Autoridades de saúde pública disseram que isso prejudicou os esforços para rastrear a causa dos 115 casos da doença pulmonar induzida por vape em Utah.

A colcha de retalhos da legislação sobre a maconha nos EUA tornou mais difícil coordenar a reação contra os vapes mortais, alguns dos quais foram comprados em Los Angeles e usados em Salt Lake City. Uma pessoa em Utah morreu.

Contra a lei

"É difícil descobrir uma maneira de responder em meio a um ambiente regulatório e jurídico muito complexo nos níveis estadual e subestadual", disse Greg Midgette, professor de criminologia e justiça criminal da Universidade de Maryland.

O governo federal considera o porte de maconha ilegal. Alguns estados também. Ao mesmo tempo, 11 estados aprovaram o uso recreativo de maconha e mais de 30 permitem sua utilização como remédio. O cenário jurídico confuso e contraditório dificulta o importante trabalho de saúde pública, impedindo a aplicação da lei e ameaçando vidas, dizem especialistas.

--Com a colaboração de Cynthia Koons.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net