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Energia renovável acelera desativação de reatores na Europa

Lars Paulsson e William Wilkes

20/12/2019 11h35

(Bloomberg) -- Dois reatores nucleares que abasteceram residências e fábricas na Suécia e Alemanha durante décadas encerrarão a produção de eletricidade no final do mês.

A paralisação permanente do reator Ringhals-2, da Vattenfall, com 44 anos de operação, é outra demonstração do impacto da expansão das fontes renováveis sobre a lógica econômica da energia tradicional. A maior empresa elétrica da Escandinávia decidiu não investir para manter a unidade funcionando, já que não conseguia gerar lucro à medida que a energia vinda de projetos solares e eólicos inunda a Europa e joga fontes tradicionais para escanteio.

No sul da Alemanha, base da indústria de ponta, a Energie Baden Wuertenberg se prepara para encerrar as atividades do reator Philippsburg-2, um dos maiores do país, que abastece enormes fábricas automotivas desde meados da década de 1980.

Embora seu destino tenha sido selado pela chanceler Angela Merkel após o desastre nuclear de Fukushima, a unidade dificilmente seria fechada se não fosse pela oferta sem precedentes de energia eólica e solar no país.

Embora a decisão de Merkel de desativar as usinas nucleares da Alemanha até 2022 seja definitiva (10 reatores foram fechados desde 2011), o debate político sobre o futuro da energia atômica chacoalha a Suécia. Três partidos apoiaram uma proposta para a continuação das operações dos dois Ringhals que deveriam fechar em 2019 e 2020. Os quatro partidos da oposição querem que a estatal Vattenfall suspenda o encerramento das operações.

A decisão de descomissionamento foi motivada por questões comerciais e a empresa ainda pensa desta forma, afirmou a Vattenfall na quinta-feira em resposta a perguntas da Bloomberg News.

Um reator menor na Suíça também será fechado permanentemente a partir desta sexta-feira. Muhleberg será a primeira estação atômica a ter atividades encerradas no país. Quando anunciou o fechamento permanente em 2015, a BKW informou que o descomissionamento seria o maior projeto da concessionária desde que a unidade começou a gerar energia, em 1972.