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Para Goldman e UBS, maior parte do rali da XP já passou

Vinícius Andrade

06/01/2020 13h04

(Bloomberg) -- Credit Suisse, Goldman Sachs e UBS avaliam que há espaço limitado para uma apreciação adicional da XP, a maior corretora do Brasil em volume de negociação de ações, após o forte rali que seguiu o IPO.

Os três bancos iniciaram a cobertura das ações da XP com recomendação neutra. A oferta pública inicial, a maior de uma empresa brasileira no ano passado, foi precificada a US$ 27 em meados de dezembro, acima da faixa indicativa de US$ 22 a US$ 25. Na estreia, as ações subiram 28% na Nasdaq.

"Apesar da perspectiva de alto crescimento e rentabilidade crescente, acreditamos que o valuation da XP agora é justo", segundo relatório divulgado na segunda-feira pela equipe de analistas do UBS coordenada por Mariana Taddeo, que fixou um preço-alvo de US$ 42. O UBS poderia adotar uma visão mais construtiva em relação à XP caso seus ativos sob custódia aumentem a um ritmo mais rápido do que o esperado, disseram os analistas.

A empresa está "posicionada de forma única" para ganhar participação dos grandes bancos e seus concorrentes fora do setor bancário são significativamente menores em escala, disse o Goldman depois de iniciar a cobertura da XP com recomendação neutra e preço-alvo de US$ 40.

Com os juros nas mínimas e economia ganhando tração, o mercado de investimentos deve crescer em ritmo saudável, mas o valuation do papel é alto, a 68,1 vezes o lucro em 2020, disseram em relatório analistas liderados por Tito Labarta.

Inspirada pela Charles Schwab, a XP agora oferece produtos para investidores de classe média antes disponíveis apenas para os ricos, ganhando mercado dos maiores bancos do país.

"A XP deve continuar a colher os benefícios da história de crescimento secular decorrente das baixas taxas de juros sem precedentes no Brasil", disse a equipe de analistas do Credit Suisse liderada por Marcelo Telles. O banco fixou preço-alvo de US$ 43 para a XP.

"A oportunidade real, no entanto, continua a ser o segmento afluente da base de investidores de varejo, que busca investimentos de maior retorno e mais sofisticados, afastando-se de investimentos de renda fixa tradicionais de baixo rendimento", segundo analistas do Credit Suisse.

No lado otimista, JPMorgan e Morgan Stanley iniciaram a cobertura com recomendação equivalente à compra. O Morgan Stanley colocou o preço-alvo em US$ 45 - o mais elevado entre analistas do sell-side acompanhados pela Bloomberg.

A XP negocia a um alto prêmio em relação aos pares, mas a empresa deve mostrar crescimento muito acima do grupo, disse Jorge Kuri, do Morgan Stanley. "O valuation relativo ao crescimento parece razoável."

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net