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China avalia importar mais etanol para cumprir meta verde

Bloomberg News

09/01/2020 13h40

(Bloomberg) -- A China estuda aumentar as importações de etanol como forma de atingir a meta nacional de usar mais biocombustíveis este ano, segundo pessoas com conhecimento do assunto.

Aumentar as compras do exterior para atender à crescente demanda por etanol é uma opção, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. A estratégia foi discutida durante reunião entre autoridades do governo, produtores de etanol e refinarias de petróleo em Pequim no mês passado, disseram as pessoas.

A China planeja implementar um mandato para aumentar o uso de combustível verde em todo o país este ano. O objetivo é usar biocombustíveis que contenham 10% de etanol, tipicamente feito de milho ou mandioca, misturado com 90% de gasolina. Embora os produtores tenham ampliado a capacidade de produção de etanol, existe a preocupação de que um gargalo na produção possa atrasar a viabilidade do programa.

Ainda é possível lançar o mandato antes do final deste ano, disseram as pessoas. Algumas autoridades expressaram preocupação de que o fornecimento de biocombustíveis para províncias remotas, como Qinghai e Xinjiang, não seja econômico, segundo as fontes. A importação da matéria-prima necessária para produzir etanol, incluindo milho e sorgo, também está sendo considerada, disseram. Nenhuma decisão foi tomada durante ou após a reunião, afirmaram.

Não houve resposta a um pedido de comentário enviado por fax à Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o principal órgão de planejamento econômico da China.

A Reuters havia informado anteriormente que a China decidiu suspender o mandato, também conhecido como meta E-10, devido à forte queda dos estoques de milho e capacidade limitada de produção de etanol.

O que é necessário?

A China vai precisar de 18 milhões de toneladas de etanol por ano, quatro vezes sua produção atual de 4,2 milhões de toneladas, com o objetivo de cumprir o mandato do mix de 10% etanol-gasolina, segundo o analista da Bloomberg Intelligence, Alvin Tai. O país pode precisar aumentar as importações de milho e etanol, disse.

Pequim planeja retomar as compras do etanol aumentando ou eliminando as tarifas da guerra comercial sobre o combustível para comprar mais dos EUA, como parte do acordo comercial da primeira fase, disseram pessoas a par do assunto no mês passado. O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, viajará a Washington para assinar o acordo na semana que vem, disse a China, mantendo o compromisso de Pequim com a cerimônia já anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

É provável que o acordo abra novamente o mercado chinês para as exportações dos EUA, e o país asiático tem potencial para importar 3,8 bilhões do etanol americano, disse no mês passado a Green Plains, maior produtora de biocombustíveis dos EUA.

--Com a colaboração de Sarah Chen.

To contact Bloomberg News staff for this story: Shuping Niu em Beijing, nshuping@bloomberg.net;Alfred Cang Singapore, acang@bloomberg.net