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Goldman planeja dobrar funcionários na China para 600 em 5 anos

Cathy Chan

13/01/2020 07h14

(Bloomberg) -- O Goldman Sachs planeja dobrar o número de funcionários na China nos próximos cinco anos, desde que o país governado pelo Partido Comunista dê continuidade à abertura do mercado financeiro.

A ambição de aumentar o número de empregados para 600 faz parte de um plano de cinco anos elaborado por executivos do banco de investimentos de Nova York, disse uma pessoa com conhecimento do assunto, que pediu para não ser identificada.

Logo depois que foi promovido a CEO em 2018, David Solomon pediu uma estratégia detalhada para expansão na China nos próximos cinco anos. Bancos estrangeiros se preparam para uma investida na segunda maior economia do mundo, disputando sua crescente riqueza e competindo por até US$ 9 bilhões em ganhos nos segmentos de banco de investimento e comercial, segundo estimativas da Bloomberg Intelligence. Enquanto isso, a China busca novos investimentos para proteger a economia e atrair concorrência externa e, assim, aprimorar o setor financeiro doméstico.

O presidente da China, Xi Jinping, anunciou planos para permitir que bancos de investimento estrangeiros assumam o controle total das unidades no país até o fim deste ano como parte da abertura do mercado financeiro chinês, que movimenta US$ 45 trilhões e também inclui gestão de ativos e seguros. O Goldman está no processo de solicitar o aumento de sua participação em uma joint venture de banco de investimento, com sede na China continental, de 33% para 51%. A intenção do banco é assumir o controle total, se permitido, até o fim do ano.

O Goldman passou o segundo semestre do ano passado aprimorando seu plano de expansão, disse a pessoa. Em conversas nos bastidores, autoridades do governo sinalizaram crescente urgência em usar o mercado de capitais, e não o sistema bancário do país, para apoiar empresas da China diante da disputa comercial com os EUA, que pesa sobre a economia.

"A liderança na China entende o valor dos fluxos globais de capital", disse em entrevista Todd Leland, copresidente das operações do Goldman na Ásia-Pacífico fora do Japão. As promessas do governo fornecem uma "estrutura robusta" para construir um negócio maior.

Ele não quis comentar sobre a meta de número de funcionários do banco, mas reconheceu que a contratação será competitiva. "Todos nós tentamos chegar a 100%, então a corrida por talentos será significativa", disse. "Ser capaz de competir, remunerar e encontrar as pessoas certas que se encaixam: esse é, de longe, o maior desafio."

Os lucros do Goldman com a joint venture ainda são limitados. Em 2018, o banco lucrou 69 milhões de yuans (US$ 10 milhões) com a unidade em que detém participação minoritária.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net