IPCA
0,83 Mar.2024
Topo

Trump pressiona México para reforçar combate ao narcotráfico

Eric Martin e Michael Smith

16/01/2020 14h23

(Bloomberg) -- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pressiona o governo mexicano a apertar o cerco contra cartéis de drogas diante do avanço dos narcóticos e violência na fronteira sul dos EUA - tópicos de discussão da visita do procurador-geral norte-americano ao México na quinta-feira.

É a segunda visita de William Barr à Cidade do México em dois meses, mais um encontro da discussão em andamento entre os dois países. Uma autoridade do Departamento de Justiça disse que o objetivo da viagem de Barr é realizar reuniões sobre as iniciativas conjuntas de combate ao narcotráfico.

Em sua visita no início de dezembro, Barr pressionou o governo do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, a extraditar suspeitos para enfrentar processos nos EUA, segundo três pessoas a par das conversas que não quiseram ser identificadas.

Após a última visita de Barr, Trump disse que estava adiando "temporariamente" uma proposta de classificação de cartéis de narcóticos do México como organizações terroristas a pedido do presidente mexicano. Trump também disse que os dois países estavam intensificando a cooperação. Duas semanas depois, o México extraditou o filho do fundador do Cartel de Sinaloa, Ismael "El Mayo" Zambada Garcia, para os EUA, para ser julgado por acusações de contrabando de drogas.

Na segunda-feira, o México anunciou a extradição de mais oito suspeitos.

Jesús Ramírez, porta-voz de López Obrador, disse que as extradições não foram resultado da pressão dos EUA, e que as conversas sobre cooperação também incluíram esforços compartilhados para impedir que armas norte-americanas entrem no México e para bloquear o sistema financeiro dos EUA para organizações criminosas. Ele também disse que Barr se reunirá com o gabinete de segurança do México e com o procurador-geral, mas não com o próprio presidente nesta viagem.

Os cartéis de drogas representam uma ameaça tanto para os EUA quanto para o México. Os assassinatos no país latino-americano, geralmente realizados com armas contrabandeadas dos EUA, estavam perto de um recorde em 2019, com 32 mil pessoas mortas de janeiro a novembro. Da mesma forma, as mortes por overdose de drogas nos EUA, que frequentemente se originam ou passam pelo México, subiram para cerca de 70 mil anualmente nos últimos anos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

--Com a colaboração de Chris Strohm e Jennifer Jacobs.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Eric Martin em Cidade do México, emartin21@bloomberg.net;Michael Smith em Miami, mssmith@bloomberg.net