Brasil quer crescer em mercado global sem Opep, diz Albuquerque
(Bloomberg) -- O Brasil, que se tornou exportador líquido de petróleo no ano passado, quer expandir sua presença nos mercados globais de energia sem se tornar membro da Opep.
O país espera estar entre os cinco maiores exportadores de energia até 2030 e aposta em investimentos privados para aumentar a produção, de acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. O governo também trabalha para tornar as regras do setor mais favoráveis para investidores nos próximos leilões de petróleo e gás natural.
Em entrevista em Nova Déli, Albuquerque disse que a ideia é apenas aumentar a produção e participar mais do mercado internacional de petróleo e gás. Segundo o ministro, o Brasil não tem planos de fazer parte da Opep ou qualquer outra associação ou grupo de produtores de petróleo e gás, dizendo que o país não quer restrições, e sim "aumentar nossa produção".
A expectativa de significativo aumento da produção do Brasil nos próximos anos, com a perfuração de mais reservas offshore, alimentou especulações sobre o país se tornar membro da Opep. Embora o presidente Jair Bolsonaro tenha elogiado o convite informal para entrar no grupo, o presidente da Petrobras descartou a ideia.
O Brasil está aberto a discussões com membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo sobre questões relacionadas à energia, disse Albuquerque. Ele espera visitar a Arábia Saudita, maior produtor da Opep, ainda este ano.
O governo brasileiro busca um feedback das maiores petroleiras globais para melhorar a participação de investidores nos próximos leilões. O país quer aumentar a participação na produção de outras empresas além da Petrobras.
Segundo Albuquerque, a Petrobras tem muito petróleo e muitas áreas para explorar, mas não tem recursos suficientes para prospectar todas essas áreas, já que a empresa possui um limite. Por esse motivo, o governo planeja tornar as regras do setor atraentes para que outras petroleiras participem e invistam.
Outros comentários de Albuquerque:
- O Brasil vê espaço para aumentar as exportações de energia para a Índia, um dos mercados consumidores de petróleo de maior crescimento.
- O país propôs que empresas indianas instalem refinarias no Brasil e participem da venda de algumas unidades da Petrobras.
- O Brasil estuda abrir a indústria nuclear para empresas do setor privado, planeja concluir a terceira usina nuclear até 2025 e quer construir mais seis.
- A Indústrias Nucleares Brasil, ou INB, retomará a mineração de urânio em Caetité, na Bahia, no próximo mês, depois de uma pausa de cinco anos.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Debjit Chakraborty New Delhi, dchakrabor10@bloomberg.net;Rajesh Kumar Singh New Delhi, rsingh133@bloomberg.net
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