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Britânicos ficam de fora de fundo de cannabis no Reino Unido

Tereza Elisabeth Pusca

31/01/2020 12h47

(Bloomberg) -- Uma empresa de Londres está oferecendo a investidores uma fatia do mercado de cannabis, mas os britânicos interessados podem ter que esperar.

Nesta semana, a JPD Capital lançou um fundo que investe em produtores de cannabis medicinal no exterior, com meta de atingir 100 milhões de libras em ativos (US$ 131 milhões) até o fim do ano. Até agora, a empresa levantou cerca de 35 milhões de libras com investidores estrangeiros, principalmente porque, devido a um artigo abrangente da legislação do Reino Unido, qualquer participante britânico poderia estar violando a lei.

"Não temos tempo para esperar o processo de licenciamento chegar ao Reino Unido", disse Jon-Paul Doran, fundador e CEO da JPD, em entrevista em Londres. "Por enquanto, acredito que seja um mercado fechado."

A JPD espera atrair investidores globais que investiriam em empresas de capital fechado, em vez das firmas dos Estados Unidos e Canadá cujas ações mostraram fraco desempenho no ano passado. Os IPOs no setor de maconha no Reino Unido têm sido raros e de pequeno porte, o que significa que bancos não têm muito a ganhar ao assumir o risco. E startups do setor estão fazendo captações privadas.

"Há muita volatilidade, muitas empresas altamente infladas", disse Doran. Queremos "começar a gerar receita e depois olhar para uma listagem no mercado acionário".

A JPD controla uma empresa no Zimbábue - onde Doran nasceu -, que adquiriu uma das cinco licenças no país para cultivar e exportar cannabis globalmente, de acordo com o site.

Embora o uso recreativo de maconha ainda seja ilegal no Reino Unido, o medicamento foi legalizado para fins medicinais em 2018. Comentando o lançamento do fundo em Londres na quarta-feira, Crispin Blunt, membro do Partido Conservador no Parlamento, disse acreditar que o governo do Reino Unido está aberto a uma mudança baseada em evidências para a legalização da maconha.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net