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Auscultadores Dyson que purificam o ar podem ser a próxima inovação

Giles Turner

04/02/2020 15h17

(Bloomberg) -- Os planos da Dyson para um purificador de ar que poderia ser dobrado como um par de fones de ouvido foram publicados pelo escritório de patentes do Reino Unido, em um momento em que máscaras se tornaram acessórios indispensáveis para combater a propagação do coronavírus na Ásia.

O produto, desenvolvido pelos engenheiros da Dyson, contém um filtro dentro dos fones de ouvido com forma de bocal que fornece ar filtrado ao usuário. A patente observa que "a poluição do ar é um problema crescente e uma variedade de poluentes do ar tem efeitos conhecidos ou suspeitos sobre a saúde humana".

Os planos da Dyson para um "purificador de ar vestível" foram revelados pela Bloomberg pela primeira vez em 2018. "Estamos constantemente criando soluções disruptivas para os problemas, o que significa que registramos muitas patentes", disse um porta-voz da Dyson em e-mail. "Se e quando um produto estiver pronto, vamos comentá-lo com satisfação, mas até lá não comentaremos nossas patentes."

Segundo o registro de patentes da Dyson, os dois fones de ouvido contêm um motor conectado a uma hélice semelhante a um ventilador medindo 35-40 mm. Cada rotação a cerca de 12.000 rpm atrai cerca de 1,4 litro de ar por segundo para os fones de ouvido através de um filtro que as partículas - normalmente poeira e bactérias, embora não especificadas na patente - não conseguem penetrar. O ar filtrado percorre cada lado do bocal, convergindo para o meio, onde uma saída de ar perfurada emite cerca de 2,4 litros por segundo de oxigênio limpo em direção à boca do usuário. No entanto, não há referência a uma bateria ou qualquer ilustração onde esta possa ser encaixada

Mais conhecida por seus aspiradores de pó e secadores de mãos, a Dyson tem expandido sua linha de purificadores de ar. Qualquer oferta para crescer no mercado de fones de ouvido seria um salto para a Dyson, que concorreria com os AirPods and Beats da Apple e com aparelhos sofisticados como Bose e Sennheiser.

No entanto, o potencial de comercializar um purificador vestível para consumidores em cidades chinesas cheias de poluição atmosférica pode ser um fator importante para o projeto. O presidente chinês Xi Jinping declarou a poluição como um dos três problemas mais prementes do governo. Os purificadores de ar são um grande negócio na Ásia - existem até algumas versões disponíveis que podem ser usadas no pescoço, com um número limitado listado na Amazon.com.

Os novos fones de ouvido da Dyson podem nunca chegar ao mercado. A empresa registra um grande número de patentes para produtos que geralmente não são produzidos. Em 2009, a companhia registrou uma patente para um processador de alimentos hidráulico que ainda não surgiu como produto final, e até agora este ano foram publicadas patentes para uma escova de dentes elétrica e peças de janelas de automóveis.

No ano passado, a Dyson abandonou o plano de 2 bilhões de libras (US$ 2,6 bilhões) para fabricar carros elétricos. A empresa transformou um antigo aeródromo em um local de teste de veículos e iniciou os planos para construir uma fábrica de automóveis em Cingapura.

A Ásia tem sido fundamental para o rápido crescimento recente da Dyson: a receita aumentou 28% para 4,4 bilhões de libras em 2018. As vendas na Ásia ajudaram a impulsionar grande parte da expansão. Xangai foi a cidade onde a empresa vendeu mais purificadores em 2017.

--Com a colaboração de Nate Lanxon.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net