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Max, em apuros da Boeing, obtém vitória importante no primeiro acordo pós-aterramento

Simone Foxman e Siddharth Vikram Philip

06/02/2020 07h45

(Bloomberg) -- Prestes a deixar o cargo, o diretor-presidente da IAG, Willie Walsh, disse que o grupo aéreo está "totalmente comprometido" em confirmar um pedido de jatos Max da Boeing, avaliado em US$ 24 bilhões. No entanto, a decisão final de ir em frente com o pedido será de seu sucessor.

Em entrevista no Catar, Walsh disse que a controladora da British Airways não terá com o que se preocupar depois que o Max for certificado como seguro para voar novamente após os dois acidentes fatais. Walsh encerrará seu mandato de nove anos em 26 de março. A compra de 200 aviões será finalizada assim que a aeronave estiver pronta para retomar os serviços, o que, segundo as expectativas de Walsh, deve ocorrer no segundo semestre.

Enquanto Luis Gallego não assume o comando, a confiança da IAG no jato serve como um impulso para a Boeing, que registrou o primeiro prejuízo em duas décadas na esteira da suspensão dos voos com o Max, parado há quase um ano. O contrato com a IAG foi manchete na Paris Air Show de junho passado, mas agora a empresa norte-americana trava uma batalha regulatória para corrigir o sistema de software responsável pelas tragédias.

A Boeing calcula que o Max será autorizado a retomar os voos em meados do ano. Walsh, um ex-piloto, reafirmou seu apoio ao modelo, dizendo que ficaria feliz em voar no jato depois de um exaustivo processo de recertificação.

A Airbus não foi convidada para a licitação na proposta original da IAG que levou à carta de intenções de compra do Max. Walsh explicou que queria diversificar a frota de corpos estreitos, composta principalmente por aviões da empresa europeia, para que futuras compras pudessem ser abertas à concorrência.

O diretor de vendas da Airbus, Christian Scherer, disse na época que tentaria convencer a IAG a reabrir a licitação antes que o acordo do Max fosse finalizado. Um porta-voz não quis comentar quando perguntado se considerava que a empresa ainda poderia ganhar o pedido.

--Com a colaboração de Charlotte Ryan e Layan Odeh.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Simone Foxman Doha, sfoxman4@bloomberg.net;Siddharth Vikram Philip em Mumbai, sphilip3@bloomberg.net