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Uma alternativa mais saudável ao chocolate no Valentine's Day

Tâmaras - iStock
Tâmaras Imagem: iStock

Donna Abu-Nasr e Kate Krader

Da agência Bloomberg, em Beirute (Líbano) e Nova York (EUA)

06/02/2020 16h09

Até recentemente, o Valentine's Day (ou Dia de São Valentim), comemorado em diversos países, era banido na Arábia Saudita. Diante do temor de detenção por poderosas autoridades religiosas, empresas chegavam ao ponto de evitar produtos vermelhos de floriculturas e de lojas de presentes nos dias anteriores a 14 de fevereiro, apenas para eliminar qualquer indício de romance.

Agora, a Arábia Saudita é a fonte inesperada de um presente de luxo, ainda que não convencional, no Dia dos Namorados: tâmaras de alta qualidade.

A Bateel International, uma empresa familiar saudita, transformou essa fruta básica e útil em um luxo indulgente. Em uma das boutiques da empresa na capital Riad, a variedade de tâmaras em exibição é impressionante. Existe a tâmara ajwa negra brilhante, consumida na Arábia há mais de 8 mil anos; a popular tâmara Khidri marrom-escura; e a tâmara Kholas marrom-dourada, oferecida tradicionalmente como sobremesa após o jantar.

As tâmaras variam em doçura, de intensa a leve. Algumas tâmaras são preenchidas com amêndoas e nozes caramelizadas, outras com pistache verde vibrante ou casca de laranja cristalizada.

Uma versão popular, rutab —tâmaras maduras e suculentas, refrigeradas e frescas—, é servida da maneira tradicional, com café sabor de cardamomo.

As tâmaras da Bateel têm sabor de passas, caramelo e açúcar mascavo, com textura suave e aveludada, e parecem estar mais secas do que o tipo Medjool, que pode ser encontrado em um supermercado de luxo.

A empresa faz parte de um negócio crescente na Arábia Saudita, o segundo maior produtor mundial de tâmaras. As exportações do país do Oriente Médio aumentaram 27% no primeiro semestre de 2019 em comparação com o mesmo período de 2018, com receita superior a US$ 202 milhões.

A Bateel começou a operar em 1991, embora suas plantações datem da década de 1930. A empresa colhe anualmente mais de 617 mil libras de tâmaras (uma libra equivale a 453,59 gramas) de mais de 100 mil palmeiras plantadas na região de Al Ghat, ao norte de Riad. Embora pequena, a empresa é líder em um nicho de mercado e quer se globalizar.

A fruta é classificada por seu grande tamanho, textura e aparência. (A fruta de qualidade inferior é vendida com uma marca diferente nos supermercados). As tâmaras da Bateel não são baratas. Embora algumas marcas sejam vendidas por menos de 10 riais (atual moeda da Arábia Saudita) por quilograma (cerca de US$ 1,20 por libra-peso), o preço mais baixo por quilograma de tâmaras da Bateel é de 175 riais (US$ 46).

Em uma competição de tâmaras contra o chocolate, os frutos secos vencem a batalha em termos de saúde, mas a marca da Bateel oferece mais benefícios, segundo o diretor de operações Henrik Andersen. As tâmaras são ecológicas e cultivadas através de processos agrícolas que não prejudicam o meio ambiente, como a compostagem de qualquer material cortado das árvores para ser reutilizado como fertilizante.