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Com Ásia em pânico, Cingapura é elogiada em combate ao vírus

Philip Heijmans e Jason Gale

11/02/2020 13h51

(Bloomberg) -- Enquanto governos da Ásia tentam tranquilizar a população sobre o coronavírus, especialistas em saúde pública dizem que a abordagem de Cingapura na comunicação com os cidadãos oferece um modelo para que outros países consigam reduzir o pânico, boatos e teorias da conspiração.

Em uma mensagem gravada de nove minutos no domingo, o primeiro-ministro Lee Hsien Loong disse que "o medo pode causar mais danos do que o próprio vírus" em meio a relatos de longas filas e supermercados lotados. Em seguida, descreveu as medidas que residentes podem adotar para ajudar a impedir a propagação do vírus, como a boa higiene, assegurando-lhes que a cidade está bem abastecida de produtos.

Além disso, o primeiro-ministro garantiu aos cingapurianos que o vírus não parece ser tão mortal quanto o da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) em 2003, o que significa que a maioria das pessoas provavelmente experimentaria uma infecção mais leve. Ele também disse que o governo mudaria a abordagem se o vírus se propagasse para evitar sobrecarregar os hospitais, acrescentando que manteria a população "informada a cada passo".

O discurso, publicado nas redes sociais em três idiomas, pareceu ter um impacto imediato: as longas filas nos supermercados da cidade-estado vistas na sexta-feira à noite voltaram ao normal a partir de domingo. Apenas esse fato já se destaca em uma região onde os governos têm encontrado dificuldades para transmitir a mensagem adequada, causando uma corrida às compras motivadas pelo pânico e confusão sobre como se proteger do surto.

A força da comunicação de Cingapura sobre os riscos se refletiu em sua resposta mais abrangente, disse a porta-voz da Organização Mundial da Saúde, Olivia Lawe-Davies, em e-mail. "Antes da identificação do primeiro caso em Cingapura, já estavam em andamento atividades de preparação para uma rápida detecção e resposta ao 2019-nCoV, incluindo vigilância e comunicação aprimoradas com o público e profissionais de assistência médica."

--Com a colaboração de Iain Marlow.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Philip Heijmans Singapore, pheijmans1@bloomberg.net;Jason Gale Melbourne, j.gale@bloomberg.net