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Coronavírus ameaça fornecimento de consoles Switch da Nintendo

Takashi Mochizuki

17/02/2020 10h06

(Bloomberg) — A Nintendo pode ter dificuldades em fornecer consoles Switch suficientes para seus mercados nos Estados Unidos e na Europa já em abril, devido ao gargalo na produção causado pelo surto de coronavírus, segundo pessoas com conhecimento da cadeia de suprimentos da empresa.

O fornecimento limitado de componentes da China está afetando a produção na unidade de um parceiro de montagem da Nintendo no Vietnã, que fabrica principalmente consoles da gigante de games para os EUA, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. A falta de componentes neste mês afetaria as unidades do Switch com entrega programada para abril, depois da venda dos estoques existentes e dos embarques atuais do console.

A possível desaceleração seria um golpe para a empresa com sede em Kyoto, que prepara um grande lançamento para a franquia de sucesso Animal Crossing, em 20 de março. Esses títulos próprios são a força vital da popularidade do sistema Switch, sustentando as vendas ao entrar no quarto ano desde o lançamento.

A Nintendo pediu desculpas no início deste mês, quando anunciou que as entregas de hardware e acessórios do Switch para o Japão seriam limitadas devido à paralisação da produção imposta pelo vírus na China. Agora, esses produtos estão esgotados em muitas varejistas japonesas, também devido a campanhas agressivas de reembolso por provedores locais de pagamento móvel.

"Atualmente, não vemos grande impacto no envio para os EUA, mas permaneceremos vigilantes e tomaremos medidas caso seja necessário", disse um porta-voz da Nintendo à Bloomberg News. "É possível que a oferta seja afetada pelo vírus caso se espalhe e dure mais."

Os embarques de Switch que chegam aos EUA em fevereiro e março não terão problemas, porque já saíram da Ásia, disseram pessoas a par das operações da Nintendo. Mas pode haver dificuldade em acumular unidades suficientes para os navios que partem no fim deste mês ou no próximo, que chegariam aos EUA em abril. As remessas não seriam completamente suspensas, mas bastante reduzidas, de acordo com uma pessoa.

Os EUA são o maior mercado da empresa, representando 43% do principal negócio, enquanto Europa e Japão respondem por 27% e 21%, respectivamente.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net