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Guerra do sanduíche de frango pode salvar setor de aves nos EUA

Lydia Mulvany

28/02/2020 14h24

(Bloomberg) -- Empresas de frango dos Estados Unidos operam a todo vapor, o que satura o mercado e empurra os preços de produtos-chave como peito de frango para recordes de baixa. Ainda assim, o setor pode ter um 2020 brilhante, graças à mania do sanduíche do frango que domina os EUA.

Essa é a avaliação de Joe Sanderson Jr., diretor-presidente da gigante de frango americana Sanderson Farms. A guerra do sanduíche entre empresas de fast-food pode ser o "resgate" que a indústria avícola dos EUA, desafiada pelo excesso de oferta, precisaria este ano, disse.

Uma onda nas redes socais provoca uma obsessão por sanduíches de frango nos EUA. Os novos sanduíches de frango da Popeyes se esgotaram rapidamente quando foram lançados em agosto passado. O fervor desencadeou uma batalha de marketing e será um catalisador para uma ofensiva de produtos concorrentes, disse Sanderson em teleconferência com analistas na quinta-feira para discutir os resultados financeiros trimestrais.

A Chick-fil-A optou pela estratégia passiva-agressiva de que seu sanduíche é o "original", e o McDonald's entrou recentemente na briga. Uma maior competição é esperada no segundo trimestre, disse Sanderson. Ele acrescentou que varejistas de alimentos estão comprando frango e armazenando para futuras promoções.

Restaurantes de fast-food "precisam entrar no jogo", disse Sanderson. "Não podem ficar parados e permitir que duas pessoas dominem o segmento de sanduíche de frango."

A competição é tão intensa que, embora o setor em geral esteja saturado, a oferta de frangos pequenos usados para fazer os sanduíches estão em falta.

Enquanto isso, produtores de frango dos EUA aceleram a produção. Altos lucros em 2014, 2015 e 2017 elevaram muito a oferta. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, o país deve produzir um recorde de 20,6 bilhões de quilos de carne de frango este ano.

--Com a colaboração de Leslie Patton.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net