Receio de 1º trimestre com coronavírus ofusca PIB de 2019
(Bloomberg) — O resultado do PIB de 2019, o primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro, será ofuscado pelo receio de um enfraquecimento ainda maior da economia no início deste ano. O impacto do coronavírus, somado à frustração com os dados recentes de atividade, leva economistas a preverem um PIB mais fraco ou até mesmo negativo no 1º trimestre de 2020.
A importância do número do quarto trimestre se perdeu um pouco porque o coronavírus tende a impactar este começo de ano, disse Gustavo Rangel, economista-chefe para América Latina do ING em Nova York (EUA).
A economia brasileira deve crescer cerca de 0,3% neste primeiro trimestre, mas "não dá para descartar um dado negativo", disse Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, durante evento em São Paulo no dia 19 de fevereiro. Para ele, o choque do coronavírus é de oferta e demanda.
As preocupações com o impacto do coronavírus no Brasil e na economia global aumentaram nesta semana, que pode ser a pior para as Bolsas desde a crise financeira de 2008. As commodities [matérias-primas], que têm elevado peso nas exportações brasileiras, caem pelo 5º dia seguido. Bancos como o BNP, BofA, UBS e MUFG reduziram a previsão para o PIB brasileiro em 2020.
Mesmo antes do surto deflagrado na China, o mercado já vinha questionando o otimismo com a retomada do crescimento, após dados decepcionantes da indústria e varejo no final do ano passado.
Sem contabilizar o efeito do coronavírus, este primeiro trimestre de 2020 já deve ser negativo na margem, com retração de 0,2%, disse José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator. "Não há como crescer" em um cenário em que o surto afeta negativamente a demanda externa e, ao mesmo tempo, a política fiscal continua contracionista, segundo ele.
"Há risco de um crescimento mais fraco ou mesmo queda", disse Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, sobre os primeiros três meses deste ano. Ele disse que ainda é cedo para falar deste trimestre, mas observa que todo o cenário dos primeiros meses compromete de forma importante a dinâmica do ano. Vale ainda prevê 2% de crescimento para 2020, mas admite que o número agora é o teto.
"O consenso é que o crescimento moderado continua, mas insuficiente para mudar a dinâmica de ativos financeiros, incluindo o câmbio, de maneira significativa", disse Rangel, do ING.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.