Argentina deve elevar imposto da soja, mas poupar trigo e milho
(Bloomberg) -- O governo argentino colocou as exportações de soja no radar com o objetivo de reduzir o déficit fiscal, pagar dívidas e impulsionar a economia.
Os embarques de grãos de soja, bem como o óleo de cozinha e ração produzida com a semente oleaginosa, serão tributados com uma alíquota de 33%, um aumento de 3 pontos percentuais em relação ao imposto atual. A medida pode ser implementada já na quarta-feira, segundo pessoas com conhecimento do assunto. A Argentina é o maior exportador mundial de derivados de soja.
Os embarques de milho e trigo serão poupados de outro aumento de impostos, e a alíquota deve ser mantida em 12%, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Uma lei aprovada em dezembro permite que os impostos sobre o milho e trigo sejam elevados para 15%.
A medida marcaria o segundo aumento dos impostos agrícolas implementado pelo presidente Alberto Fernández desde sua posse em dezembro passado em meio à grave crise econômica. A política também sinaliza uma mudança de postura de apoio aos agricultores do governo anterior.
Fernández - que em discurso no domingo disse que sua proposta de aumentar impostos seria aplicada apenas em uma temporada, sem dar detalhes - mira um produto que não é muito consumido por seus eleitores. A estratégia se assemelha às medidas tomadas pela vice-presidente Cristina Kirchner. Quando ela deixou a presidência em 2015, as exportações de soja eram tributadas em até 35%.
Um porta-voz do Ministério da Agricultura não respondeu a um pedido de comentário.
Autoridades já suspenderam o sistema de registro de exportação do país, uma medida que, segundo, operadores sinaliza mudanças iminentes nos impostos.
--Com a colaboração de Pablo Gonzalez.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
Repórteres da matéria original: Jonathan Gilbert em Buenos Aires, jgilbert63@bloomberg.net;Isis Almeida em Chicago, ialmeida3@bloomberg.net
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