UE prepara normas para transparência salarial até fim do ano
(Bloomberg) -- A União Europeia planeja expor a escala da diferença salarial entre homens e mulheres em algumas empresas, segundo um esboço da normativa a ser divulgada ainda este ano, disse a responsável de igualdade da UE.
Na quinta-feira, a comissária de igualdade da UE, Helena Dalli, disse que espera combater a diferença salarial exigindo que as empresas divulguem quanto pagam a homens e mulheres. As mulheres do bloco de 27 países recebem 16% menos que os homens e suas pensões são, em média, 30% mais baixas.
A informação poderia ajudar mulheres a negociar salários mais altos, dizem pesquisadores. Reguladores agora buscam comentários de grupos, que incluem empregadores e sindicatos, para apresentar uma proposta detalhada até o fim de 2020.
Os chefes devem aceitar a transparência salarial porque as funcionárias "não terão orgulho de trabalhar para uma empresa que não lhes paga tanto quanto a seus colegas", disse Dalli a repórteres em entrevista na quarta-feira.
"Se você sabe que suas funcionárias têm consciência de que recebem menos, serão tão produtivas quanto se espera que sejam?" perguntou. "Seriam felizes no local de trabalho?".
Suécia, Áustria, Dinamarca e Finlândia já coletam dados sobre diferenças salariais entre homens e mulheres, o que ajudou a aumentar alguns salários.
O Reino Unido, que deixou a UE no fim de janeiro, exige que empresas com pelo menos 250 funcionários divulguem a diferença de salário médio de homens e mulheres, o que levou a processos de mulheres jornalistas na British Broadcasting Corp., que recebiam menos do que homens embora com função semelhante.
Mastercard e Citigroup estão entre as poucas empresas que optam por divulgar quanto pagam a homens e mulheres.
Dalli alertou que os resultados provavelmente não serão imediatos, pois "estamos mudando a base de como operamos como sociedade". Ela também planeja retomar uma proposta congelada da UE que obrigaria empresas a nomear mulheres para pelo menos 40% dos assentos de conselhos e garantir que países da UE apliquem as normas para manter um equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Apenas 7% dos líderes de empresas da UE são mulheres, que ocupam apenas 17% dos cargos executivos. As gerentes ganham 10 euros a menos do que os homens por hora, de acordo com o Instituto Europeu para a Igualdade de Gênero.
Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net
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