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Falta de coordenação mundial é preocupante, diz El-Erian

Jeff Kearns e Max Reyes

09/03/2020 15h41

(Bloomberg) -- Mohamed El-Erian acredita que os bancos centrais globais farão todo o possível para impedir que o coronavírus cause uma crise econômica mais profunda, mas disse ser preocupante que a coordenação internacional de políticas não seja tão sólida quanto no passado.

"Eu antecipo uma abordagem de políticas de fazer o que for necessário, tanto de bancos centrais quanto de agências governamentais", disse El-Erian, consultor-chefe de economia da Allianz, em entrevista à Rádio Bloomberg na segunda-feira. Uma desaceleração econômica repentina "é particularmente perigosa porque destrói a demanda e a oferta, e é isso que enfrentamos agora".

El-Erian, que também é colunista do Bloomberg Opinion, disse que não vê paralelos diretos com o início da crise em 2008, porque não está preocupado com bancos e possíveis problemas com o sistema de pagamentos e liquidação. Mas, segundo ele, outra comparação é mais preocupante: as autoridades econômicas globais até agora não agiram em conjunto como no passado.

"A extensão da coordenação de políticas globais é muito menor, independentemente de ser o coronavírus, a dependência excessiva de liquidez ou mercados mal precificados por um longo tempo; este é um problema global que requer ação coletiva", disse.

Mas o tipo de ação que líderes do G-20 tomaram durante a crise financeira global, quando se reuniram em Londres para coordenar uma resposta, provavelmente será mais difícil agora, disse El-Erian. "O ruim em relação a 2008 é que não teremos uma cúpula de Londres rapidamente."

'Não compre'

Em outra entrevista posterior à Bloomberg Television, quando as ações dos EUA caíam na abertura das bolsas em Nova York, El-Erian disse que é muito cedo para que investidores comecem a comprar novamente.

Ele não recomenda comprar barganhas no momento e destacou que é preciso respeitar os aspectos técnicos. "Isso vai se resolver, mas não antes de mais perdas, infelizmente. Também não entre em pânico."

É hora de ficar à margem e esperar que os fatores técnicos se manifestem, por mais dolorosos que possam ser, disse.

--Com a colaboração de Jonathan Ferro, Tom Keene e Sarah Ponczek.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net

Repórteres da matéria original: Jeff Kearns Washington, jkearns3@bloomberg.net;Max Reyes Washington, mreyes125@bloomberg.net