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Goldman projeta que PIB dos EUA pode encolher 5% no 2º trimestre

Jeff Kearns

16/03/2020 09h10

(Bloomberg) -- O Goldman Sachs prevê que a economia dos Estados Unidos deve encolher significativamente no fim de março e abril diante do impacto do corte de gastos de consumidores e empresas. Segundo o banco, a breve desaceleração pode ser oficialmente considerada uma recessão.

A maior economia do mundo deve encolher 5% no segundo trimestre, depois de registrar crescimento zero do PIB nos primeiros três meses do ano, disseram economistas do banco em nota no domingo. O Goldman reduziu a previsão de 2020 para uma expansão de 0,4% em relação à previsão inicial de 1,2%, com expectativas de crescimento de 3% e 4% no terceiro e quarto trimestres e fortes ganhos no início de 2021.

"A incerteza em torno de todos esses números é muito maior do que o normal", escreveram os economistas do Goldman. Consumidores e empresas continuarão a cortar gastos com viagens, entretenimento e restaurantes, enquanto interrupções na cadeia de suprimentos e aperto das condições financeiras prejudicarão ainda mais o crescimento, disseram.

As projeções do Goldman foram divulgadas depois de o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, ter dito no domingo que a pandemia de coronavírus não deveria levar os EUA à recessão, e antes de o Federal Reserve anunciar o corte das taxas de juros para quase zero.

O Comitê de Datação de Ciclos Econômicos do Escritório Nacional de Pesquisa Econômica, um painel cujos cálculos de quando as expansões dos EUA começam e terminam são aceitas como oficiais, provavelmente classificaria uma queda tão acentuada como recessão, embora implique apenas um trimestre de retração, disseram os economistas. Eles acrescentaram que o grupo disse anteriormente que apenas alguns meses de retração podem se encaixar em sua definição se for profunda o suficiente.

O crescimento deve se estagnar no segundo trimestre e as chances de recessão aumentaram, segundo pesquisa da Bloomberg de 6 a 12 de março com economistas. O crescimento deve desacelerar para uma taxa anualizada de 0,1% no período de abril a junho. E a economia agora enfrenta 45% de chance de entrar em recessão nos próximos 12 meses, a maior probabilidade desde fevereiro de 2009, quando a economia ainda enfrentava a última recessão.

Para contatar o editor responsável por esta notícia: Daniela Milanese, dmilanese@bloomberg.net