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Data centers do Google custam bilhões de litros de água

Nikitha Sattiraju

01/04/2020 15h54

(Bloomberg) -- Em agosto de 2019, a Associação Municipal de Usuários de Água do Arizona construiu uma pirâmide de quase 5 metros de jarras em sua entrada principal em Phoenix. O objetivo era mostrar aos moradores dessa região desértica quanta água cada um deles consome por dia - 120 galões, ou cerca de 450 litros - e incentivar a conservação.

"Devemos continuar fazendo nossa parte todos os dias", escreveu o diretor executivo Warren Tenney em um blog. "Alguns de nós ainda somos usuários que poderiam procurar maneiras de usar a água um pouco mais sabiamente."

Algumas semanas antes, em Mesa, o Google finalizava planos para um gigantesco centro de dados entre cactos. A cidade é uma das fundadoras da Associação Municipal de Usuários de Água do Arizona, mas a conservação da água ficou em segundo plano no acordo fechado com a maior empresa de internet dos EUA. O Google terá acesso a 1 milhão de galões por dia para resfriar o data center e até 4 milhões de galões por dia se atingir os marcos do projeto. Se isso fosse uma pirâmide de jarras de água, chegaria até os céus do Arizona.

O Google, controlado pela Alphabet, está construindo mais data centers nos EUA para impulsionar pesquisas on-line, publicidade na web e serviços em nuvem. Há anos que a empresa se vangloria de que esses enormes depósitos cheios de computadores são eficientes em termos energéticos e ecológicos. Mas há um custo que a empresa tenta manter em segredo. Essas instalações usam bilhões de galões de água, às vezes em áreas secas que lutam para conservar esse recurso público limitado.

"Os data centers estão em expansão, estão em todos os lugares. Precisam ser construídos de forma a garantir que não tirem recursos essenciais de comunidades carentes de água", disse Gary Cook, diretor de campanhas climáticas globais do Stand.earth, um grupo de defesa do meio ambiente.

"Nós nos esforçamos para incorporar a sustentabilidade em tudo o que fazemos", disse Gary Demasi, diretor sênior de operações de energia e localização do Google. "Estamos orgulhosos de que nossos data centers estejam entre os mais eficientes do mundo e trabalhamos para reduzir o impacto ambiental deles, mesmo quando a demanda por nossos produtos aumenta dramaticamente."

©2020 Bloomberg L.P.