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CEO da Calvert vai exigir dados raciais de empresas dos EUA

Saijel Kishan

05/06/2020 15h42

(Bloomberg) -- John Streur, que comanda uma das mais antigas empresas de investimento responsável, disse que vai pressionar companhias a divulgar dados sobre diversidade racial e espera ver transparência nos próximos 12 a 18 meses.Apenas 4% das empresas dos EUA que fazem parte do índice Russell 1000 divulgam informações que fazem parte da pesquisa anual da Comissão de Igualdade de Oportunidades de Emprego, na qual funcionários são classificados por raça, etnia e gênero, disse Streur, diretor-presidente da Calvert Research and Management, com US$ 21,3 bilhões em ativos sob gestão. A questão vai ocupar o topo da lista de resoluções dos acionistas na temporada de votação por procuração de 2021, disse.

"Não temos tempo para esperar", disse Streur em entrevista por telefone em 4 de junho. "Tudo o que precisamos são de algumas empresas grandes para assumir a liderança e, se bem administradas, haverá uma tremenda vantagem. Algumas empresas têm medo porque sabem que não terão uma ótima imagem ao divulgar os dados. Mas os benefícios superam os custos."Grandes corporações reagiram com velocidade atípica para posicionar suas marcas e mensagens sobre a mais recente crise sobre racismo e brutalidade policial nos EUA. Desde 25 de maio, quando a morte de George Floyd por um policial branco provocou protestos nos EUA, quase todas as 50 maiores empresas dos EUA responderam publicamente aos eventos.Streur, que escreveu em um blog no início desta semana que acabar com o racismo nos Estados Unidos é responsabilidade das empresas, disse que ficou impressionado com os comentários recentes de líderes empresariais após a morte de Floyd."Usaram palavras que geralmente não fazem parte de declarações altamente examinadas", disse. "Isto é diferente. Eles foram além do habitual 'condenamos a violência'."

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