Taurus vê demanda disparar nos EUA após o início da pandemia
A Taurus Armas viu a procura por armas de fogo crescer 21% nos Estados Unidos, maior mercado mundial, nos três primeiros meses do ano, e ficar ainda mais aquecida a partir de março, segundo o presidente da fabricante brasileira, Salésio Nuhs.
"É histórico isso nos Estados Unidos. Em ano de eleição presidencial ou de qualquer ameaça, como a pandemia, o americano compra uma arma de fogo", disse Nuhs, em entrevista por telefone.
Segundo ele, a procura é medida pelo índice de intenção de compras de armas do National Instant Background Check System (NICS), que mostra que "nunca teve tanta procura por armas de fogo nos EUA". O aumento das consultas ao NICS no 1º trimestre de 2020 foi de 21% em relação ao 4º trimestre de 2019.
O aquecimento do mercado de armas pessoais nos Estados Unidos se deu principalmente no mês de março, a partir da ampliação da condição de pandemia causada pelo covid-19, que levou à maior procura por parte do consumidor individual norte-americano.
A companhia aproveitou o aquecimento do mercado de armas pessoais nos EUA e incrementou suas vendas em 11% em relação ao trimestre anterior, atingindo a marca de 310.100 unidades vendidas. Seu mais recente equipamento, a pistola G3c, teve os estoques esgotados nas lojas dos Estados Unidos em uma hora no dia do lançamento, em 15 de junho, segundo o presidente.
O desempenho da Taurus também se beneficiou da maior demanda no mercado doméstico. "As pessoas estão descobrindo que podem exercer o direito à legítima defesa no Brasil e a busca por armas cresce diariamente. Mercado brasileiro esteve reprimido nos últimos governos, não havia acesso a armas para defesa pessoal", disse Nuhs.
Nos três primeiros meses de 2020, as vendas em volume da Taurus no mercado brasileiro mais que dobraram (cresceram 111% sobre o mesmo trimestre do ano passado), enquanto a receita saltou 52%.
Considerada Empresa Estratégica de Defesa, a Taurus não sofreu interrupção nas suas atividades por conta da covid-19 porque suas operações são consideradas essenciais, segundo o presidente. A Taurus também não enfrentou, até o momento, dificuldades com relação ao fornecimento de insumos e componentes.
A receita operacional líquida foi de R$ 298,3 milhões no 1º trimestre, alta de 18% sobre o mesmo período de 2019. O Ebitda de R$ 45,4 milhões também cresceu 18%, mas a empresa sentiu o efeito da variação do real frente ao dólar na sua dívida, elevando suas despesas financeiras.
Por isso, o resultado final foi um prejuízo líquido de R$ 157,1 milhões, ante um lucro de R$ 4 milhões no 1º trimestre do ano passado. "Todos os nossos índices foram positivos, o que tivemos foi um pênalti com relação à dívida", disse o executivo.
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