China acelera planos de fusão das duas maiores corretoras
(Bloomberg) -- A China acelera o processo para a possível fusão de seus dois maiores bancos de investimento, medida que criaria uma potência de US$ 82 bilhões e poderia desencadear uma onda de consolidação entre as mais de 130 corretoras do país.
Segundo a proposta mais recente, a Citic Group, que controla a Citic Securities, maior corretora da China, seria a principal compradora de uma participação na CSC Financial, a número 2 do país, segundo pessoas a par do assunto. A Citic Group compraria a participação da acionista estatal Central Huijin Investment, o que a tornaria a maior acionista e abriria caminho para a consolidação de recursos e operações, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas.
Embora os detalhes ainda não tenham sido finalizados, os comitês do Partido Comunista na Citic Securities e na CSC, que têm papel-chave na decisão da estratégia corporativa, aprovaram o plano, disseram as pessoas. Agora, a Citic Group faz lobby junto ao Conselho de Estado antes de apresentar os detalhes à Central Huijin, disseram as fontes.
O acordo ocorre em meio à mudança sísmica no setor de valores mobiliários da China, que movimenta US$ 1,2 trilhão, com potencial de grandes rivais nacionais e estrangeiros entrarem na disputa. Reguladores chineses discutem planos para permitir que os maiores bancos do país entrem no setor de valores mobiliários, já que a abertura do mercado da China para gigantes de Wall Street aumenta a urgência de corretoras locais, que precisam ganhar força para sobreviver.
"Desde 2018, reguladores da China têm explorado uma série de maneiras de impulsionar a criação de bancos de investimento de alta qualidade", escreveram analistas da Essence Securities, liderados por Zhang Jingwei e Jiang Zhongyu. "Por um lado, estão trazendo fortes concorrentes estrangeiros e, por outro, promovendo a consolidação do setor e incentivando corretoras chinesas a crescerem de tamanho."
Embora seja muito cedo para saber o destino das principais corretoras, empresas de menor porte estão sob maior pressão de serem eliminadas, disseram.
Juntas, as 131 corretoras chineses têm ativos combinados equivalentes a um Goldman Sachs e menos de um terço do Industrial & Commercial Bank of China, o maior banco do país. Também estão longe de serem bancos de investimento com serviço completo, contando com traders de pequeno porte para grande parte da receita. O mercado também está fragmentado: as cinco principais corretoras capturam apenas cerca de 30% da receita do setor, segundo pesquisa do Goldman.
Representantes da Citic Group, Citic Securities, CSC Financial e China Investment, controladora da Central Huijin, não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
A Central Huijin, uma unidade do fundo soberano da China, possui atualmente 37,37% da CSC Financial, enquanto a Citic Securities detém 6% na empresa.
A Citic Securities liderou uma série de aquisições, incluindo um acordo de US$ 2 bilhões para comprar a rival de menor porte Guangzhou Securities no ano passado. Ainda assim, a empresa com sede em Pequim gerou 12,2 bilhões de yuans em lucro no ano passado, ou 25% dos ganhos do Goldman.
©2020 Bloomberg L.P.
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