Codelco tem milhares de trabalhadores diagnosticados com Covid

(Bloomberg) -- Não é por acaso que os preços globais do cobre e os casos de Covid-19 no Chile estão subindo juntos.

O Chile, que responde por mais de 25% da oferta global, tenta manter os níveis de produção enquanto mais trabalhadores adoecem em meio à onda de infecções no país.

As minas procuram garantir a segurança de trabalhadores sem cortar muito a produção, adiando atividades não essenciais, como trabalhos de manutenção e construção. Menos trabalhadores nas minas significam menor risco de infecção.

Mas os casos continuam aumentando e, por isso, sindicatos e políticos exigem mais restrições. Com o aumento do risco para a oferta chilena em um momento de recuperação da demanda chinesa, os preços praticamente eliminaram as perdas acumuladas no ano, diante do aperto do mercado e previsão de déficit anual por alguns analistas.

Na Codelco, por exemplo, 2.843 trabalhadores haviam sido diagnosticados com Covid em 5 de julho, de acordo com dados compilados pelo sindicato da Federação de Trabalhadores do Cobre.

Certamente, ainda é uma pequena fração da força de trabalho total da estatal, que emprega mais de 70 mil pessoas, incluindo trabalhadores terceirizados. Mas o dado é mais significativo como porcentagem já que as minas operam com equipes reduzidas. Embora o Chile tenha conseguido reduzir o número de infecções diárias em nível nacional, os casos continuam a crescer em algumas das principais áreas de mineração.

As minas da Codelco mais atingidas são a El Teniente e Chuquicamata, com 1.044 e 636 casos, respectivamente, segundo o sindicato.

A estatal suspendeu projetos de desenvolvimento em El Teniente, sua maior mina, além de implementar outras restrições e mudanças dos turnos. Em Chuquicamata, a Codelco suspendeu a fundição e reduziu drasticamente o refino. Na semana passada, a BHP anunciou planos para reduzir as operações na mina Cerro Colorado.

Embora o Chile tenha conseguido aumentar a receita de exportação de cobre em junho, o resultado pode refletir mais a alta dos preços do que um volume maior. A produção de junho será divulgada no final de julho.

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