Fundo de US$ 1 bi é formado para desenvolver novos antibióticos
(Bloomberg) -- Gigantes farmacêuticas estão lançando um fundo de US$ 1 bilhão destinado ao desenvolvimento de novos antibióticos, área que muitas delas abandonaram nos últimos anos.
Apoiado por empresas como Pfizer, Merck, Eli Lilly e GlaxoSmithKline, o fundo vai investir em pequenas empresas que estão desenvolvendo novos tratamentos antibacterianos, segundo um comunicado. Um de seus objetivos é levar de dois a quatro novos antibióticos aos pacientes até 2030.
O aumento descontrolado de micróbios resistentes a medicamentos é uma crise de saúde pública com potencial para superar de longe a Covid-19 em mortes e custos econômicos, afirmaram as empresas no comunicado.
A resistência antimicrobiana causa cerca de 700.000 mortes por ano em todo o mundo e pode tirar até 10 milhões de vidas anualmente até 2050 se novos tratamentos não forem disponibilizados, de acordo com a Organização Mundial de Saúde.
A resistência aos antibióticos é um "tsunami lento que ameaça reverter um século de progresso da medicina", afirmou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que elogiou o envolvimento do setor privado no desenvolvimento de tratamentos que são necessários com urgência.'Não é a resposta'
Empresas farmacêuticas se retiraram do segmento de antibióticos nos últimos anos, embora a ameaça representada pelos micróbios resistentes a medicamentos tenha aumentado. Uma das dificuldades é a baixa receita, em parte porque novos antibióticos são usados com moderação para preservar sua eficácia.
A Achaogen pediu falência em abril de 2019, depois de passar 15 anos tentando desenvolver novos produtos para combater supergermes que não se abalam com a aplicação de múltiplos tratamentos. O segmento sofreu outro revés quando a Melinta Therapeutics pediu falência no final de dezembro, citando o crescimento lento das vendas e os custos elevados.
Companhias de peso como Novartis e Sanofi se retraíram. O setor preferiu se concentrar em áreas mais lucrativas, como tratamentos para doenças cardíacas e câncer. Especialistas em saúde pública pedem reformas baseadas no mercado e incentivos para atrair investimentos para pesquisa e desenvolvimento de antibióticos.
O fundo "obviamente não é a resposta para a resistência antimicrobiana", declarou Phil Thomson, responsável por assuntos globais da Glaxo, em entrevista. "Isso deve ser caracterizado como um passo adiante, um passo para uma construção maior."
A britânica pretende estimular outras iniciativas que proporcionem incentivos para o investimento em antibióticos, afirmou o executivo, acrescentando que mais países precisam adotar políticas como o plano que o Reino Unido anunciou no ano passado para testar o primeiro modelo de "pagamento por assinatura".
O fundo deve se tornar operacional no último trimestre de 2020. O esforço também conta com o apoio do Banco Europeu de Investimento e da fundação britânica de pesquisa em saúde Wellcome Trust.
©2020 Bloomberg L.P.
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