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Moody's vê crise da demanda de passageiros de aéreas até 2023

Harry Suhartono

17/07/2020 07h47

(Bloomberg) — A demanda global de passageiros de companhias aéreas só deve voltar aos níveis pré-pandemia no final de 2023, e somente nesse prazo se vacinas e medicamentos eficazes estiverem disponíveis, segundo a Moody's Investor Service.

A recuperação de companhias aéreas e aeroportos será amplamente alinhada, seguida pelo segmento de leasing de aeronaves, à medida que operadoras reativam frotas para o serviço, escreveram analistas da Moody's como Jonathan Root em relatório. Fabricantes como Boeing e Airbus serão as últimos no setor de aviação direta a recuperar a posição que tinham em 2019, escreveram.

A demanda caiu mais de 90% nas semanas seguintes ao início da pandemia, queda que afetou uma grande proporção da economia global, uma vez que passageiros de companhias aéreas responderam por cerca de 3% do PIB mundial em 2019, segundo o relatório.

O desenvolvimento de uma vacina será chave para determinar a recuperação do setor, em termos de fundamentos e financeiramente, enquanto mais apoio do governo provavelmente será necessário para garantir a sobrevivência de companhias aéreas, disse a Moody's.

"Uma vacina eficaz contra o coronavírus provavelmente só estará disponível ao longo de 2021 - e talvez será preciso mais tempo para cobrir possíveis mutações do vírus e garantir suprimento de dosagem adequado para as massas", por isso mais ajuda dos governos será necessária para o setor de aviação com o objetivo de manter o emprego perto dos níveis já reduzidos e "potencialmente para evitar mais reestruturações de companhias aéreas e processos de insolvência", afirmou a Moody's.

Também pode haver mudanças nas viagens de longo curso. Algumas aéreas devem expandir as operações ponto a ponto e outras reverterão para voos base a base, dependendo mais de compartilhamento de voos ou sócios de joint ventures para completar as viagens.

Mas a necessidade de reduzir as emissões de carbono pode dar certa "esperança" para entregas do A320neo, da Airbus, e 737 Max, da Boeing, acordo com a Moody's.

©2020 Bloomberg L.P.