Brasileiro ou mexicano será responsável por reativar Rodada de Doha
Marta Hurtado.
Genebra, 4 mai (EFE).- O brasileiro Roberto Azevêdo ou o mexicano Herminio Blanco, será eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) na próxima semana, e como tal será o responsável por reativar a Rodada de Doha, paralisada há quase cinco anos.
Na próxima terça-feira, os embaixadores designados para dirigir o processo de seleção do novo principal dirigente da OMC anunciará quem obteve mais apoio entre os 159 membros que integram a entidade que rege o comércio mundial.
O eleito terá recebido não só maior apoio numérico, mas amplo em termos geográficos e de desenvolvimento socioeconômico dos países eleitores. Até o momento, ninguém soube apontar um candidato favorito.
Fóruns especializados, assim como fontes da OMC confirmam que Blanco, de 62 anos, ex-ministro de Comércio do México e chefe negociador do Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (NAFTA), conta com o apoio dos Estados Unidos, dos membros da União Europeia e dos integrantes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec).
Azevêdo, de 55 anos e diplomata de carreira, conta por sua vez com o apoio dos países menos desenvolvidos, das nações em desenvolvimento e dos emergentes.
Essa simplificação foi negada repetidamente por ambos os candidatos, que argumentam que têm o apoio de países de diversos níveis de desenvolvimento, o que mostra por que chegaram até a reta final de um processo que começou com nove aspirantes.
Além de Azevêdo e Blanco, sete concorrentes provenientes de Costa Rica, Coreia do Sul, Gana, Indonésia, Jordânia, Quênia e Nova Zelândia se apresentaram para ocupar o posto que durante oito anos foi do francês Pascal Lamy, que o deixará em 31 de agosto.
Lamy tentou sem sucesso durante dois mandatos consecutivos concluir a Rodada de Doha, uma negociação que começou em 2001 na cidade homônima com o objetivo de liberalizar o comércio mundial dos setores agrícola, industrial e de serviços.
Após o fracasso da última grande reunião negociadora - julho de 2008 - os membros tentaram sem sucesso relançar o processo, até que na cúpula ministerial ordinária de dezembro de 2011 foi assumido que não era viável continuar buscando uma quimera: não havia consenso para concluir o "pacote" total de negociação.
No entanto, os ministros decidiram continuar tentando fechar algumas das partes deste "pacote" total nas quais houvesse maior consenso, visando provar que o acordo é possível e assim apresentá-lo ao mundo na nona cúpula ministerial, em dezembro de 2013, em Bali (Indonésia).
Todos concordam que se não for alcançado um acordo em Bali, a credibilidade da OMC ficará gravemente minada. É precisamente nesse encontro onde terá que estrear o novo diretor-geral, que deverá mostrar suas qualidades negociadoras para conseguir um "acordo de mínimos".
Tanto Azevêdo como Blanco se mostram convictos de que têm a capacidade de tirar a rodada da situação em que se encontra.
O brasileiro afirma que conhece perfeitamente as engrenagens da instituição, já que não só foi representante do país na OMC desde 2008, mas durante uma década e meia se dedicou exclusivamente a tarefas relacionadas com o comércio multilateral, em contraposição a Blanco, que apesar de ter negociado vários acordos comerciais bilaterais para o México, passou a última década trabalhando para o setor privado.
"A situação exige que o candidato que ganhar assuma as rédeas imediatamente. Não vai ter tempo de estudar", ironizou Azevêdo em recente entrevista à Agência Efe.
Por sua vez, o mexicano rebate a critica de seu oponente ressaltando a necessidade de levar novos ares à organização.
"O atrativo da minha candidatura é que não estou aqui, que trago uma visão de fora, que sou capaz de ter credibilidade tanto no exterior como dentro. Pensar que alguém que foi parte do processo vá de repente resolvê-lo... me parece um pouco mais difícil", declarou à Efe.
Do que ninguém tem dúvidas é que, seja quem for o eleito, terá a titânica e árdua tarefa de salvar a dignidade de uma instituição que muitos começam a duvidar se deve continuar a ser uma referência.
Genebra, 4 mai (EFE).- O brasileiro Roberto Azevêdo ou o mexicano Herminio Blanco, será eleito diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) na próxima semana, e como tal será o responsável por reativar a Rodada de Doha, paralisada há quase cinco anos.
Na próxima terça-feira, os embaixadores designados para dirigir o processo de seleção do novo principal dirigente da OMC anunciará quem obteve mais apoio entre os 159 membros que integram a entidade que rege o comércio mundial.
O eleito terá recebido não só maior apoio numérico, mas amplo em termos geográficos e de desenvolvimento socioeconômico dos países eleitores. Até o momento, ninguém soube apontar um candidato favorito.
Fóruns especializados, assim como fontes da OMC confirmam que Blanco, de 62 anos, ex-ministro de Comércio do México e chefe negociador do Tratado de Livre-Comércio da América do Norte (NAFTA), conta com o apoio dos Estados Unidos, dos membros da União Europeia e dos integrantes do Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec).
Azevêdo, de 55 anos e diplomata de carreira, conta por sua vez com o apoio dos países menos desenvolvidos, das nações em desenvolvimento e dos emergentes.
Essa simplificação foi negada repetidamente por ambos os candidatos, que argumentam que têm o apoio de países de diversos níveis de desenvolvimento, o que mostra por que chegaram até a reta final de um processo que começou com nove aspirantes.
Além de Azevêdo e Blanco, sete concorrentes provenientes de Costa Rica, Coreia do Sul, Gana, Indonésia, Jordânia, Quênia e Nova Zelândia se apresentaram para ocupar o posto que durante oito anos foi do francês Pascal Lamy, que o deixará em 31 de agosto.
Lamy tentou sem sucesso durante dois mandatos consecutivos concluir a Rodada de Doha, uma negociação que começou em 2001 na cidade homônima com o objetivo de liberalizar o comércio mundial dos setores agrícola, industrial e de serviços.
Após o fracasso da última grande reunião negociadora - julho de 2008 - os membros tentaram sem sucesso relançar o processo, até que na cúpula ministerial ordinária de dezembro de 2011 foi assumido que não era viável continuar buscando uma quimera: não havia consenso para concluir o "pacote" total de negociação.
No entanto, os ministros decidiram continuar tentando fechar algumas das partes deste "pacote" total nas quais houvesse maior consenso, visando provar que o acordo é possível e assim apresentá-lo ao mundo na nona cúpula ministerial, em dezembro de 2013, em Bali (Indonésia).
Todos concordam que se não for alcançado um acordo em Bali, a credibilidade da OMC ficará gravemente minada. É precisamente nesse encontro onde terá que estrear o novo diretor-geral, que deverá mostrar suas qualidades negociadoras para conseguir um "acordo de mínimos".
Tanto Azevêdo como Blanco se mostram convictos de que têm a capacidade de tirar a rodada da situação em que se encontra.
O brasileiro afirma que conhece perfeitamente as engrenagens da instituição, já que não só foi representante do país na OMC desde 2008, mas durante uma década e meia se dedicou exclusivamente a tarefas relacionadas com o comércio multilateral, em contraposição a Blanco, que apesar de ter negociado vários acordos comerciais bilaterais para o México, passou a última década trabalhando para o setor privado.
"A situação exige que o candidato que ganhar assuma as rédeas imediatamente. Não vai ter tempo de estudar", ironizou Azevêdo em recente entrevista à Agência Efe.
Por sua vez, o mexicano rebate a critica de seu oponente ressaltando a necessidade de levar novos ares à organização.
"O atrativo da minha candidatura é que não estou aqui, que trago uma visão de fora, que sou capaz de ter credibilidade tanto no exterior como dentro. Pensar que alguém que foi parte do processo vá de repente resolvê-lo... me parece um pouco mais difícil", declarou à Efe.
Do que ninguém tem dúvidas é que, seja quem for o eleito, terá a titânica e árdua tarefa de salvar a dignidade de uma instituição que muitos começam a duvidar se deve continuar a ser uma referência.
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