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Fed admite possíveis efeitos adversos de volatilidade global sobre EUA

02/02/2016 00h04

Washington, 1 fev (EFE).- Os recentes episódios de volatilidade financeira na China e a queda do preço do petróleo e outras matérias-primas podem afetar o crescimento e a inflação nos Estados Unidos, reconheceu nesta segunda-feira Stanley Fischer, vice-presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano).

"Se estes eventos acarretarem um persistente ajuste das condições financeiras, poderiam apontar a um arrefecimento da economia global que poderia afetar o crescimento e a inflação nos EUA", declarou Fischer em discurso perante o Council on Foreign Relations de Nova York.

O "número dois" do Fed, abaixo apenas da presidente, Janet Yellen, ressaltou, no entanto, que "atualmente é muito difícil julgar as implicações desta volatilidade" e lembrou que houve "episódios similares nos anos recentes que deixaram pouca marca permanente na economia".

Fischer se referia assim aos efeitos nos mercados financeiros internacionais dos atuais ajustes estruturais na China e às quedas dos preços do petróleo e outras matérias-primas nos países exportadores.

Concretamente, afirmou que os baixos preços do petróleo e a contínua força do dólar mantiveram a inflação nos EUA abaixo do que foi previamente antecipado.

Ao término de sua reunião da semana passada, o banco central americano deixou sem mudanças as taxas de juros entre 0,25% e 0,50%, indicando que o crescimento econômico se desacelerou nos EUA e insistindo que não há sinais de aumento na inflação.

Essa reunião do Fed foi a primeira depois da histórica alta de juros de dezembro de 2015, pela primeira vez em quase dez anos, no início do processo de ajuste monetário uma vez deixada para trás a aguda crise econômica de 2008-2010.

O Fed apontou no início de ano que poderiam acontecer até quatro altas de taxas de juros ao longo de 2016 se a consolidação econômica conseguir tração nos EUA, perspectivas que parecem ter se esfriado após os primeiros indicadores e as perspectivas de maior queda dos preços do petróleo.