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Governo luso diz que previsões da UE e do FMI não estão atualizadas

04/02/2016 11h52

Lisboa, 4 fev (EFE).- O governo português contestou as previsões econômicas divulgadas nesta quinta-feira sobre o país pela UE e pelo Fundo Monetário Internacional, por considerar que não estão devidamente atualizadas.

Em comunicado, o Ministério das Finanças luso afirmou que o Executivo socialista "toma nota dos pontos destacados pelas instituições internacionais", que reivindicaram ao país mais reformas e advertiram dos riscos que corre se modificar radicalmente a estratégia orçamentária seguida em exercícios anteriores.

No entanto, o novo governo português - interino há pouco mais de dois meses- disse que "os dados apresentados nos comunicados finais" tanto de Bruxelas como do FMI "estão baseados em projeções que não estão atualizadas".

A Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, por um lado, e o FMI, pelo outro, publicaram hoje documentos com suas conclusões sobre a situação do país após realizar a terceira visita a Portugal desde que fechou com sucesso seu resgate financeiro, em 2014.

Durante esta última inspeção, que se desenvolveu entre 27 de janeiro e 3 de fevereiro, representantes das três instituições se reuniram com as principais autoridades políticas e empresariais lusas para avaliar seus progressos em qualidade de credores.

Os documentos conhecidos hoje incluem as previsões econômicas para Portugal calculadas por cada organismo, e que diferem notavelmente das manejadas pelo Executivo luso.

Concretamente, o governo português espera fechar 2016 com uma alta do PIB de 2,1%, enquanto o FMI rebaixa este número a 1,4% e Bruxelas estima um aumento de 1,6%.

Também são sensíveis as divergências em matéria de déficit público, já que Lisboa espera terminar o ano com este indicador em 2,6% do PIB, contra 3,2% apontado pelo FMI e 3,4% da UE.

O Ministério das Finanças lembrou que estas missões das entidades internacionais continuarão regularmente "até que Portugal salde uma parte significativa dos empréstimos recebidos" durante o resgate financeiro, estipulado inicialmente em 78 bilhões de euros.