IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Chanceler do Chile diz que há desinformação nas críticas ao TPP

07/02/2016 14h50

Santiago do Chile, 7 fev (EFE).- O ministro de Relações Exteriores do Chile, Heraldo Muñoz, afirmou que as críticas e questionamentos surgidos após a assinatura do Acordo Transpacífico (TPP) se baseiam na "desinformação", pois durante a negociação foram resguardados os setores sensíveis locais.

"Esperamos convencer quem têm dúvidas e demonstrar que há desinformação em algumas críticas", explicou Muñoz em entrevista publicada hoje pelo jornal "La Tercera".

Diferentes organizações locais e setores da sociedade civil manifestaram esta semana sua rejeição ao acordo, por seus supostos impactos negativos, como uma potencial alta no preço dos remédios e a violação dos direitos dos cidadãos.

Muñoz, que liderou a delegação chilena que viajou para Auckland, Nova Zelândia, para a cerimônia de assinatura do TPP, explicou que os elementos mais controvertidos do acordo foram excluídos do documento final.

"O fechamento da negociação se estendeu por três dias além dos programado pela oposição do Chile - e dois países mais - para garantir que nenhum setor sensível de nosso país saísse afetado negativamente", acrescentou.

Além disso, Muñoz garantiu que, no relativo à proteção de dados para os remédios biológicos, "o Chile não aceitou ir à frente do que está estabelecido em nossa legislação, e assim ficou consignado no tratado".

"Posso afirmar com satisfação que os remédios não subirão de preço por causa do TPP. É sintomático que as empresas farmacêuticas internacionais não gostem como ficou o TPP", recalcou.

Para o ministro, o acordo procura reduzir as barreiras tarifárias e abrir acesso a mercado para "mais de 1.600 produtos que estavam excluídos dos acordos bilaterais, além de melhorar o acesso de outros 1.400 produtos".

Segundo Muñoz, a rejeição ao acordo poderia se dever às propostas iniciais do TPP que "mereciam a absoluta rejeição do Chile", que no entanto, garantiu que estas "foram desaparecendo no decorrer da negociação".

"Posso garantir que há dois anos havia propostas no acordo que não nos permitiam assiná-lo. Há seis meses, inclusive, havia elementos que o Chile rejeitava", manifestou.

"Inclusive pouco antes do fechamento da negociação viajamos com o ministro da Fazenda à Washington por algumas horas e nos reunimos com o representante de Comércio dos Estados Unidos e com o vice-presidente Joe Biden, na Casa Branca, e dissemos que o Chile não seria parte do TPP se afetasse alguns setores sensíveis para nosso país", afirmou.

O TPP foi rubricado no dia 4 de fevereiro pelos ministros e representantes de Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Peru, Estados Unidos, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Cingapura e Vietnã.

O novo bloco econômico prevê que o processo de ratificação pelos diferentes parlamentos nacionais dure uns dois anos.