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Rússia estuda plano anticrise de quase 10 bilhões de euros

09/02/2016 16h00

Moscou, 9 fev (EFE).- O governo da Rússia estuda um plano anticrise de quase 10 bilhões de euros para apoiar a abatida economia nacional, em recessão desde o final de 2014, e resistir ao impacto da queda dos preços do petróleo.

"O plano já foi enviado ao governo. É um documento que inclui propostas básicas, algumas das quais já foram discutidas", afirmou nesta terça-feira a porta-voz do governo, Natalia Timakova, à agência "Interfax".

Timakova ressaltou que nem todas as medidas incluídas no documento antecipado pela agência "TASS" serão aprovadas e antecipou que, uma vez termine o debate no seio do Executivo, o programa será apresentado ao presidente Vladimir Putin.

Mais da metade dos quase 10 bilhões de euros provém do orçamento federal, enquanto o resto do dinheiro procede do fundo anticrise, do Fundo Nacional de Bem-Estar e de outras fontes.

Concretamente, o plano faz especial ênfase na promoção das exportações dos setores que não sejam de matérias-primas (300 milhões de euros), perante a queda das receitas com petróleo e gás.

Quase 150 milhões serão alocados para estimular as exportações de produtos de alta tecnologia; e mais de 20 milhões para impulsionar as vendas ao exterior de maquinaria agrícola e de transporte.

O setor automotivo, onde as vendas caíram mais de um terço em 2015, receberá 1 bilhão do orçamento federal e mais de 500 milhões do fundo anticrise a fim de estimular a demanda e manter os postos de trabalho.

O plano contempla outros 500 milhões para apoiar as pequenas e médias empresas já existentes e mais de 100 milhões para promover a criação de novos pequenos e médios negócios.

O primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, que reconheceu que as receitas pela exportação de hidrocarbonetos caíram até 45%, também estudará a introdução de medidas impositivas para estimular a abertura de novas jazidas de petróleo.

Entre as medidas sociais, se destaca a concessão de subsídios mensais às famílias mais desfavorecidas e um programa que garante a gratuidade dos remédios, mas adia uma segunda indexação das pensões, que caíram abaixo da inflação.

A economia russa se contraiu 3,7% em 2015 e voltará a cair este ano, segundo o governo, uma recessão que a população começará a sentir com especial virulência nos próximos meses, coincidindo com a primeira queda das receitas efetivas dos russos desde que Putin chegou ao poder em 2000.