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Empreendedores de Cuba e EUA negociam novas rotas de cooperação

21/03/2016 19h09

Yeny García.

Havana, 21 mar (EFE).- Empresários estatais e empreendedores privados de Cuba se reuniram nesta segunda-feira com possíveis parceiros americanos em um fórum que permitiu encontros para definir novas rotas de cooperação bilateral e que terminará com um discurso do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

Mais de 200 participantes se reuniram na cervejaria Antiguo Almacén de Madera y Tabaco, na baía havanesa, entre eles líderes empresariais e empreendedores como o chef espanhol José Andrés; o fundador do Airbnb, Brian Chesky; e Patrick Collison, CEO da empresa emergente especializada em pagamentos online Stripe.

Collison afirmou à Agência Efe que, como parte da estratégia da Casa Branca de apoiar as pequenas empresas cubanas, sua companhia expandiu à ilha seu novo produto Stripe Atlas, projetado para facilitar a empreendedores estrangeiros a criação de uma empresa nos EUA.

O empresário americano explicou que, através do Atlas, "os empreendedores cubanos podem se inscrever no registro americano como uma entidade corporativa e abrir conta em bancos do país, para assim começar a dirigir um negócio com base global".

"Já temos muitas solicitações em Cuba", declarou Collison, que classificou como "estimulantes o reconhecimento do potencial no país para os pequenos negócios e o apoio para ajudar a desenvolver esse potencial".

"Vejo muitas pessoas aqui nesta reunião e isso me diz o quanto podemos fazer em uns cinco ou seis anos", acrescentou.

Representando os "cuentapropistas", como são chamados os pequenos empresários cubanos, que somam já quase meio milhão na ilha, vários líderes de negócios privados em setores do transporte, gastronomia e serviços contaram suas experiências e desafios, estes últimos relacionados em sua maioria com a inexistência de um mercado atacadista destinado a este setor na ilha.

Também participaram do fórum empresarial cubano-americano empresas estatais como a produtora de remédios Biocubafarma, a Empresa de Serviços de Saúde, a discográfica Egrem e o grupo Cuba Ron, que comercializa, junto com a francesa Pernod Ricard, a marca Havana Club.

"O futuro da economia de Cuba está no justo equilíbrio entre o setor público e o privado, sendo o setor privado e de pequeno empreendimento o que mais deve ser potencializado", afirmou à Efe o chefe de projetos da "cuentapropista" produtora de software Ingenius, Sergio Lázaro Cabarrouy.

Segundo este jovem empreendedor, isso será alcançado na medida em que o Estado permita "um reajuste dos impostos", a "associação entre empreendedores até o ponto que possam se transformar em empresas" e modifique as "regulações que impedem seu intercâmbio com o exterior".

"Este fórum é uma grande oportunidade, tenho que parabenizar ambas as partes por terem se atrevido a falar e se apresentar pelo bem do povo cubano e também do americano, porque temos muito em comum", disse Cabarrouy, que acrescentou que o fato de Obama conversar com os participantes lhe parece "o trabalho de um bom presidente".

Obama vai participar do fórum empresarial como parte de sua visita oficial a Cuba, que pretende "elevar o grande progresso" que os pequenos empresários cubanos, ou "cuentapropistas", alcançaram nos últimos anos.

Desde 2010, as reformas econômicas implementadas pelo presidente cubano, Raúl Castro, abriram espaços para a iniciativa privada na ilha, o que permitiu que negócios que antes eram escassos, como restaurantes, cafeterias, hoteis e salões de beleza, se multiplicassem.