Maior complexo petroquímico da América Latina começa a funcionar no México
Beatriz Fenner.
Nanchital (México), 22 mar (EFE).- Com 31 mil toneladas de aço e US$ 5,2 bilhões de investimento, começou a funcionar no estado de Veracruz, no México, o maior complexo petroquímico da América Latina, que já produz o etileno que permitirá, com o tempo, reduzir 70% da importação de plástico pelo país.
A usina, à qual a Agência Efe teve acesso exclusivo, parece de longe com edifícios de uma cidade, dominada por uma torre de 120 metros e outra de 102 metros que se sobressaem na paisagem verde do município de Nanchital.
O complexo ocupa 200 mil hectares às margens do rio Coatzacoalcos e agora começa a produzir etileno, matéria-prima que se transforma em "pellets", bolas esbranquiçadas de três centímetros de diâmetro que são o produto final de um longo processo.
O volume total de "pellets" em pleno rendimento será de um milhão de toneladas de polietileno de alta e baixa densidade, que por ano acabará com 70% da importação deste material ao México.
"Saímos da fase de construção e começamos o processo de operação. Nossa preocupação continua sendo a segurança, que as pessoas tomem ciência e saibam os riscos. A usina está cheia de gases e os sistemas estão funcionando", afirmou Eduardo Lima de Rozendo, diretor-geral do projeto Etileno XXI.
O processo de construção está próximo de completar cinco anos, totalizando 411 mil toneladas de concreto, o suficiente para 3,4 estádios de futebol como o Maracanã; 3,8 mil quilômetros de cabos, que poderiam cobrir a distância entre Panamá e Houston (EUA), e uma estrutura de aço de 31,8 mil toneladas, com as quais seria possível suspender quatro Torres Eiffel.
"Durante cinco anos trabalhamos para materializar uma ideia grandiosa em tamanho e impacto. Esta semana é o início da produção de etileno, a matéria-prima deste processo", comentou Roberto Velasco, diretor industrial da Braskem Idesa, a operadora do projeto.
Já estão em funcionamento imensos compressores, cujo consumo elétrico equivale ao de uma de pequena cidade, e quatro de seus seis fornos, os maiores do tipo já construídos.
O centro de controle é uma sala com três ilhas e dezenas de telas conectadas a 30 câmeras. É deste lugar que se observa o funcionamento de seis fornos com 536 queimadores, um reator biológico, o "cracken" (local onde o etano se transforma em etileno com a ajuda do vapor) e milhares de quilômetros de encanamentos que transportam água, gás e vapor.
O complexo gera energia elétrica suficiente para abastecer a si mesmo - o equivalente ao consumo de toda a cidade vizinha de Coatzacoalcos.
Mil canais de rádio garantem a comunicação de todas as áreas, cujos dados criptografados passam por uma torre de comunicação própria.
O volume de água utilizado, de cerca de 83 mil metros cúbicos por hora, é bombeado da represa La Cangrejera. No fim, tanques de tratamento devolvem ao rio a água 100% limpa.
Na fase inicial de construção, a fábrica empregou 17 mil pessoas, somando 28 mil operários de 29 nacionalidades.
A capacidade de processamento do complexo será de 66 mil barris de etano por dia, que são comprados da estatal Pemex e que antes eram desperdiçados.
Com o etano que recebe por um encanamento de 200 quilômetros vindo de Villahermosa, no estado vizinho de Tabasco, serão produzidas 750 mil toneladas de polietileno de alta densidade para capas de celulares e tablets, próteses médicas e quase qualquer objeto desse material, e 300 mil toneladas de polietileno de baixa densidade, para fazer sacolas de plástico.
Os cofres do México receberão cerca de US$ 1,5 bilhão anuais pelo projeto, que funcionará pelo menos durante os próximos 25 anos e cujos produtos serão distribuídos por quatro linhas ferroviárias e milhares de caminhões de carga.
O projeto da Etileno XXI foi liderado pela Odebrecht Engenharia & Construção Internacional-Engenharia Industrial, responsável pelo IPC (Engenharia, Procura e Construção).
Agora o complexo é operado pela Braskem Idesa, empresa mexicana formada pela brasileira Braskem (braço petroquímico do Grupo Odebrecht e maior produtora de resinas termoplásticas da América) e pelo Grupo Idesa, grande grupo do setor petroquímico no México.
A fase de operação prevê a geração de aproximadamente três mil empregos diretos e indiretos.
Nanchital (México), 22 mar (EFE).- Com 31 mil toneladas de aço e US$ 5,2 bilhões de investimento, começou a funcionar no estado de Veracruz, no México, o maior complexo petroquímico da América Latina, que já produz o etileno que permitirá, com o tempo, reduzir 70% da importação de plástico pelo país.
A usina, à qual a Agência Efe teve acesso exclusivo, parece de longe com edifícios de uma cidade, dominada por uma torre de 120 metros e outra de 102 metros que se sobressaem na paisagem verde do município de Nanchital.
O complexo ocupa 200 mil hectares às margens do rio Coatzacoalcos e agora começa a produzir etileno, matéria-prima que se transforma em "pellets", bolas esbranquiçadas de três centímetros de diâmetro que são o produto final de um longo processo.
O volume total de "pellets" em pleno rendimento será de um milhão de toneladas de polietileno de alta e baixa densidade, que por ano acabará com 70% da importação deste material ao México.
"Saímos da fase de construção e começamos o processo de operação. Nossa preocupação continua sendo a segurança, que as pessoas tomem ciência e saibam os riscos. A usina está cheia de gases e os sistemas estão funcionando", afirmou Eduardo Lima de Rozendo, diretor-geral do projeto Etileno XXI.
O processo de construção está próximo de completar cinco anos, totalizando 411 mil toneladas de concreto, o suficiente para 3,4 estádios de futebol como o Maracanã; 3,8 mil quilômetros de cabos, que poderiam cobrir a distância entre Panamá e Houston (EUA), e uma estrutura de aço de 31,8 mil toneladas, com as quais seria possível suspender quatro Torres Eiffel.
"Durante cinco anos trabalhamos para materializar uma ideia grandiosa em tamanho e impacto. Esta semana é o início da produção de etileno, a matéria-prima deste processo", comentou Roberto Velasco, diretor industrial da Braskem Idesa, a operadora do projeto.
Já estão em funcionamento imensos compressores, cujo consumo elétrico equivale ao de uma de pequena cidade, e quatro de seus seis fornos, os maiores do tipo já construídos.
O centro de controle é uma sala com três ilhas e dezenas de telas conectadas a 30 câmeras. É deste lugar que se observa o funcionamento de seis fornos com 536 queimadores, um reator biológico, o "cracken" (local onde o etano se transforma em etileno com a ajuda do vapor) e milhares de quilômetros de encanamentos que transportam água, gás e vapor.
O complexo gera energia elétrica suficiente para abastecer a si mesmo - o equivalente ao consumo de toda a cidade vizinha de Coatzacoalcos.
Mil canais de rádio garantem a comunicação de todas as áreas, cujos dados criptografados passam por uma torre de comunicação própria.
O volume de água utilizado, de cerca de 83 mil metros cúbicos por hora, é bombeado da represa La Cangrejera. No fim, tanques de tratamento devolvem ao rio a água 100% limpa.
Na fase inicial de construção, a fábrica empregou 17 mil pessoas, somando 28 mil operários de 29 nacionalidades.
A capacidade de processamento do complexo será de 66 mil barris de etano por dia, que são comprados da estatal Pemex e que antes eram desperdiçados.
Com o etano que recebe por um encanamento de 200 quilômetros vindo de Villahermosa, no estado vizinho de Tabasco, serão produzidas 750 mil toneladas de polietileno de alta densidade para capas de celulares e tablets, próteses médicas e quase qualquer objeto desse material, e 300 mil toneladas de polietileno de baixa densidade, para fazer sacolas de plástico.
Os cofres do México receberão cerca de US$ 1,5 bilhão anuais pelo projeto, que funcionará pelo menos durante os próximos 25 anos e cujos produtos serão distribuídos por quatro linhas ferroviárias e milhares de caminhões de carga.
O projeto da Etileno XXI foi liderado pela Odebrecht Engenharia & Construção Internacional-Engenharia Industrial, responsável pelo IPC (Engenharia, Procura e Construção).
Agora o complexo é operado pela Braskem Idesa, empresa mexicana formada pela brasileira Braskem (braço petroquímico do Grupo Odebrecht e maior produtora de resinas termoplásticas da América) e pelo Grupo Idesa, grande grupo do setor petroquímico no México.
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