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Grupo da família Bin Laden demite 77 mil trabalhadores na Arábia Saudita

02/05/2016 12h47

Riad, 2 mai (EFE).- O grupo empresarial saudita BinLadin, do ramo da construção e fundado pelo pai de Osama Bin Laden, demitiu 77 mil trabalhadores estrangeiros e pode fazer o mesmo com outros 12 mil funcionários locais.

Segundo informou nesta segunda-feira o jornal saudita "Al Watan", que cita fontes do conglomerado, a emprsa entregou o visto de saída do país a 77 mil trabalhadores estrangeiros até ontem, o que equivale a demissão e expulsão da Arábia Saudita.

Além disso, espera-se que o mesmo ocorra a outros 12 mil trabalhadores sauditas, dos 17 mil que trabalham nas empresas do grupo, que emprega cerca de 200 mil pessoas na Arábia Saudita.

Os demitidos sauditas incluiriam diretores, engenheiros, administrativos e supervisores, segundo detalhou a publicação, que não especificou os motivos da medida.

Cerca de 50 mil trabalhadores estrangeiros que perderam o emprego recentemente se recusaram a sair Arábia Saudita até receberem o pagamento dos quatro meses de salários atrasados.

Esses trabalhadores protagonizaram protestos nos últimos dias em frente à sede do grupo, no bairro de Al Salama, na cidade de Jidá, no litoral do Mar Vermelho. Segundo a emissora saudita "Al Arabiya", sete ônibus da empresa foram queimados nos arredores da sede.

Na rede social Twitter, muito popular na Arábia Saudita, os usuários se manifestaram para exigir o cumprimento de seus direitos trabalhistas.

A fonte citada por "Al Watan" afirmou que a empresa vai pagar pelo menos 70% dos salários atrasados aos operários estrangeiros para que possam retornar a seus países.

O grupo BinLadin, criado em 1931, se dedica principalmente à construção e realiza grandes projetos de infraestrutura na Arábia Saudita e em outros países do Oriente Médio.

A empresa entrou em crise após ser responsabilizada por um grave incidente em setembro do ano passado na cidade santa de Meca, onde morreram 107 pessoas e 238 ficaram feridas com a queda de um guindaste no interior da Grande Mesquita.

De acordo com as investigações, a principal causa da queda do guindaste foi a forte ventania, mas o comitê investigador responsabilizou parcialmente a prestadora de serviços BinLadin.

Após o incidente, as autoridades sauditas proibiram a empresa de assumir novos projetos nacionalmente.

Atualmente, o grupo tem dívidas de 4,8 bilhões de riales (US$ 1,279 bilhão), que vencem em 2017, e outros 595 milhões de riales (US$ 158 milhões) que deverá quitar em 2018, segundo dados divulgados pelo jornal saudita "Al Okaz".