Nova onda de protestos na França desafia reforma trabalhista de Hollande
Marta Garde.
Paris, 19 mai (EFE).- Uma nova onda de manifestações em toda a França segue desafiando nesta quinta-feira a reforma trabalhista proposta pelo presidente do país, François Hollande, protestos que terminaram em confronto com as forças de segurança, uma cena que tem se repetido nos últimos dias em Paris e em várias outras cidades.
A sétima rodada de protestos em pouco mais de dois meses tinha sido convocada por sete sindicatos de estudantes e de trabalhadores, que se opõem tanto ao projeto de lei como à sua recente aprovação do texto em primeira leitura na Assembleia Nacional, sem o voto dos parlamentares.
A convocação buscava "aumentar a mobilização diante da rejeição da democracia", atribuído ao governo de Hollande, que no último dia 10 de maio decidiu recorrer ao artigo 49.3 da Constituição para evitar o aval dos deputados, perante à visível falta de apoios.
O texto será avaliado pelos senadores entre os próximos dias 13 e 24 de junho, sendo colocado em votação quatro dias depois. Caso ocorram mudanças, algo previsível já que o Senado é controlado pela oposição conservadora, o projeto volta à Assembleia, onde o governo pode tentar se apoiar mais uma vez nesse recurso constitucional.
Cerca de 400 mil pessoas, 100 mil delas em Paris, participaram das manifestações, segundo os organizadores. Já a polícia francesa estimou a presença de 128 mil pessoas nas ruas do país.
Os manifestantes reiteraram hoje o pedido para que Hollande suspenda a reforma, denunciando que o projeto representa um retrocesso. As mobilizações começaram em fevereiro, quando alguns dos itens da proposta foram vazados, e tiveram seu ápice em 31 de março, quando 390 mil pessoas, segundo a polícia, ou 1,2 milhão, de acordo os sindicatos, foram às ruas de todo o país.
Imagens de lançamentos de rojões por parte de radicais, habitualmente encapuzados, e de gás lacrimogêneo e balas de borracha, pelo lado da polícia, marcam desde então os protestos.
A tensão e o descrédito das forças de segurança diante da virilidade desses vídeos e fotos fizeram com que os próprios agentes organizassem uma manifestação ontem, na Praça da República, para denunciar as agressões sofridas. Desde o início das manifestações contra a reforma trabalhista, 350 policiais ficaram feridos.
"O estado de direito é nosso bem mais prezado. As punições devem ser implacáveis", disse hoje o primeiro-ministro do país, Manuel Valls, em entrevista à emissora "RTL", que cogitou voltar a proibir alguns indivíduos de protestar por ordem policial.
Os sindicatos anteciparam que planejam ampliar os protestos em junho, quando a França será sede da Eurocopa. Segundo o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Philippe Martínez, deixaram claro que a "bola está com o governo" e que os manifestantes "estão determinados".
Essa determinação se traduziu nesta semana tanto em uma manifestação na terça-feira, como em bloqueios e greves no setor aéreo, ferroviário ou de transporte rodoviário.
Somente hoje, foram cancelados 15% dos voos programados no aeroporto parisiense de Orly, segundo a direção-geral da Aviação Civil da França (DGAC). Já a companhia pública de transporte ferroviário (SNCF) registrou que metade das viagens dos trens regionais e um de cada três trens de alta velocidade foram suspensas.
Segundo uma pesquisa realizada ontem, o apoio ao projeto é de 48%, mas a violência dos últimos dias afetou o governo: três de cada quatro franceses acreditam que as forças de segurança não foram suficientemente firmes. Por isso, a ultradireitista Frente Nacional pediu a renúncia do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
Paris, 19 mai (EFE).- Uma nova onda de manifestações em toda a França segue desafiando nesta quinta-feira a reforma trabalhista proposta pelo presidente do país, François Hollande, protestos que terminaram em confronto com as forças de segurança, uma cena que tem se repetido nos últimos dias em Paris e em várias outras cidades.
A sétima rodada de protestos em pouco mais de dois meses tinha sido convocada por sete sindicatos de estudantes e de trabalhadores, que se opõem tanto ao projeto de lei como à sua recente aprovação do texto em primeira leitura na Assembleia Nacional, sem o voto dos parlamentares.
A convocação buscava "aumentar a mobilização diante da rejeição da democracia", atribuído ao governo de Hollande, que no último dia 10 de maio decidiu recorrer ao artigo 49.3 da Constituição para evitar o aval dos deputados, perante à visível falta de apoios.
O texto será avaliado pelos senadores entre os próximos dias 13 e 24 de junho, sendo colocado em votação quatro dias depois. Caso ocorram mudanças, algo previsível já que o Senado é controlado pela oposição conservadora, o projeto volta à Assembleia, onde o governo pode tentar se apoiar mais uma vez nesse recurso constitucional.
Cerca de 400 mil pessoas, 100 mil delas em Paris, participaram das manifestações, segundo os organizadores. Já a polícia francesa estimou a presença de 128 mil pessoas nas ruas do país.
Os manifestantes reiteraram hoje o pedido para que Hollande suspenda a reforma, denunciando que o projeto representa um retrocesso. As mobilizações começaram em fevereiro, quando alguns dos itens da proposta foram vazados, e tiveram seu ápice em 31 de março, quando 390 mil pessoas, segundo a polícia, ou 1,2 milhão, de acordo os sindicatos, foram às ruas de todo o país.
Imagens de lançamentos de rojões por parte de radicais, habitualmente encapuzados, e de gás lacrimogêneo e balas de borracha, pelo lado da polícia, marcam desde então os protestos.
A tensão e o descrédito das forças de segurança diante da virilidade desses vídeos e fotos fizeram com que os próprios agentes organizassem uma manifestação ontem, na Praça da República, para denunciar as agressões sofridas. Desde o início das manifestações contra a reforma trabalhista, 350 policiais ficaram feridos.
"O estado de direito é nosso bem mais prezado. As punições devem ser implacáveis", disse hoje o primeiro-ministro do país, Manuel Valls, em entrevista à emissora "RTL", que cogitou voltar a proibir alguns indivíduos de protestar por ordem policial.
Os sindicatos anteciparam que planejam ampliar os protestos em junho, quando a França será sede da Eurocopa. Segundo o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Philippe Martínez, deixaram claro que a "bola está com o governo" e que os manifestantes "estão determinados".
Essa determinação se traduziu nesta semana tanto em uma manifestação na terça-feira, como em bloqueios e greves no setor aéreo, ferroviário ou de transporte rodoviário.
Somente hoje, foram cancelados 15% dos voos programados no aeroporto parisiense de Orly, segundo a direção-geral da Aviação Civil da França (DGAC). Já a companhia pública de transporte ferroviário (SNCF) registrou que metade das viagens dos trens regionais e um de cada três trens de alta velocidade foram suspensas.
Segundo uma pesquisa realizada ontem, o apoio ao projeto é de 48%, mas a violência dos últimos dias afetou o governo: três de cada quatro franceses acreditam que as forças de segurança não foram suficientemente firmes. Por isso, a ultradireitista Frente Nacional pediu a renúncia do ministro do Interior, Bernard Cazeneuve.
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