Ativistas e trabalhadores rurais protestam contra Monsanto no Paraguai
Assunção, 25 mai (EFE).- Organizações sociais e trabalhadores rurais protestaram nesta quarta-feira na região central de Assunção, capital do Paraguai, contra a multinacional Monsanto, à qual acusam de poluir o ar, a água, o solo e de ter provocado uma série de problemas de saúde derivados do uso de químicos nas plantações.
Entoando músicas em defesa da reforma agrária e da agricultura ecológica, os manifestantes percorreram as sedes do Ministério da Agricultura, do Serviço Nacional de Qualidade, Saúde Vegetal e Sementes (Senave) e a Procuradoria do Paraguai.
Eles responsabilizavam a Monsanto e outras multinacionais de acumular terras para destiná-las à monocultura de produtos para a exportação, como a soja e o milho, em sua maioria transgênica. E denunciaram que esses transgênicos usam produtos químicos nocivos para o meio ambiente, que contaminam o ar, a água e terra, além de serem prejudiciais para animais e humanos.
As organizações pediram a aprovação de uma lei no Paraguai que obrigue que os produtos elaborados a partir de organismos geneticamente modificados (OGM) sejam identificados nos mercados, normas semelhantes às adotadas pela União Europeia e pelo Brasil.
Além disso, os ativistas afirmam que o cultivo massivo de transgênicos provoca a perda da soberania alimentícia paraguaia, já que o país é obrigado a importar, legal ou ilegalmente, produtos que poderiam ser produzidos no próprio território.
"O modelo do agronegócio agrícola está aniquilando a soberania alimentícia. Gera uma alta contaminação, mas não leva em conta seus efeitos sobre a saúde, já que seu elemento central é o lucro, e não alimentação, que se transforma em uma mercadoria a mais", disse a pesquisadora da organização Base IS, Marielle Palau, à Agência Efe.
Segundo a ativista, as vítimas diretas do modelo são as comunidades camponesas e indígenas, expulsas da zona rural pelo avanço das lavouras dedicadas à monocultura de exportação.
Mas, além disso, destacou Marielle, os consumidores urbanos também sofrem as consequências do agronegócio. "Estão pagando para serem envenenados por alimentos contaminados", frisou.
Para combater o modelo, a pesquisadora propôs recuperar as sementes nativas, não modificadas em laboratório, e apoiar a resistência das comunidades de que opõem ao avanço da monocultura.
Por sua vez, Miguel Lo Bianco, da plataforma Ñamoseke Monsanto, disse que a multinacional está se fortalecendo em termos empresariais, mas perde poder entre os cidadãos, já que há mais produtores e consumidores interessados na agricultura ecológica.
Segundo os cálculos da Base IS, 92% da superfície cultivável do Paraguai se destina aos cultivos de exportação, como milho e soja, e apenas 8% são dedicados a produzir alimentos para o consumo interno.
A superfície dedicada à produção de transgênicos do país é de cerca de 3,5 milhões de hectares, equivalentes a 4,6 milhões de campos de futebol, de acordo com a Ñamoseke Monsanto.
A plataforma afirma, além disso, que 60 milhões de litros de agrotóxicos são usados todos os anos no Paraguai. Se o produto fosse depositado em garrafas de dois litros, colocadas em fila, elas seriam suficientes para cobrir a distância entre as cidades de Assunção e Lima, no Peru, separadas por mais de 3 mil quilômetros. EFE
msd/lvl
(foto)(vídeo)
Entoando músicas em defesa da reforma agrária e da agricultura ecológica, os manifestantes percorreram as sedes do Ministério da Agricultura, do Serviço Nacional de Qualidade, Saúde Vegetal e Sementes (Senave) e a Procuradoria do Paraguai.
Eles responsabilizavam a Monsanto e outras multinacionais de acumular terras para destiná-las à monocultura de produtos para a exportação, como a soja e o milho, em sua maioria transgênica. E denunciaram que esses transgênicos usam produtos químicos nocivos para o meio ambiente, que contaminam o ar, a água e terra, além de serem prejudiciais para animais e humanos.
As organizações pediram a aprovação de uma lei no Paraguai que obrigue que os produtos elaborados a partir de organismos geneticamente modificados (OGM) sejam identificados nos mercados, normas semelhantes às adotadas pela União Europeia e pelo Brasil.
Além disso, os ativistas afirmam que o cultivo massivo de transgênicos provoca a perda da soberania alimentícia paraguaia, já que o país é obrigado a importar, legal ou ilegalmente, produtos que poderiam ser produzidos no próprio território.
"O modelo do agronegócio agrícola está aniquilando a soberania alimentícia. Gera uma alta contaminação, mas não leva em conta seus efeitos sobre a saúde, já que seu elemento central é o lucro, e não alimentação, que se transforma em uma mercadoria a mais", disse a pesquisadora da organização Base IS, Marielle Palau, à Agência Efe.
Segundo a ativista, as vítimas diretas do modelo são as comunidades camponesas e indígenas, expulsas da zona rural pelo avanço das lavouras dedicadas à monocultura de exportação.
Mas, além disso, destacou Marielle, os consumidores urbanos também sofrem as consequências do agronegócio. "Estão pagando para serem envenenados por alimentos contaminados", frisou.
Para combater o modelo, a pesquisadora propôs recuperar as sementes nativas, não modificadas em laboratório, e apoiar a resistência das comunidades de que opõem ao avanço da monocultura.
Por sua vez, Miguel Lo Bianco, da plataforma Ñamoseke Monsanto, disse que a multinacional está se fortalecendo em termos empresariais, mas perde poder entre os cidadãos, já que há mais produtores e consumidores interessados na agricultura ecológica.
Segundo os cálculos da Base IS, 92% da superfície cultivável do Paraguai se destina aos cultivos de exportação, como milho e soja, e apenas 8% são dedicados a produzir alimentos para o consumo interno.
A superfície dedicada à produção de transgênicos do país é de cerca de 3,5 milhões de hectares, equivalentes a 4,6 milhões de campos de futebol, de acordo com a Ñamoseke Monsanto.
A plataforma afirma, além disso, que 60 milhões de litros de agrotóxicos são usados todos os anos no Paraguai. Se o produto fosse depositado em garrafas de dois litros, colocadas em fila, elas seriam suficientes para cobrir a distância entre as cidades de Assunção e Lima, no Peru, separadas por mais de 3 mil quilômetros. EFE
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