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IED caiu 9,1% em 2015 na América Latina e no Caribe, segundo Cepal

15/06/2016 17h28

Santiago, 15 jun (EFE).- O investimento estrangeiro direto (IED) caiu na América Latina e no Caribe 9,12% em 2015 em comparação com 2014, para um volume de US$ 179,1 bilhões, seu pior nível desde 2010, informou a Comissão Econômica par América Latina e o Caribe (Cepal) nesta quarta-feira.

O resultado é explicado pela queda do investimento em setores ligados a recursos naturais, principalmente Mineração e Hidrocarbonetos, e pela desaceleração do crescimento econômico.

Em seu relatório anual "O Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e no Caribe 2016", a Cepal prevê que neste ano o IED se manterá "em níveis inferiores aos alcançados nos últimos anos, em linha com as perspectivas econômicas".

O IED "pode diminuir 8% (neste ano)", alerta o relatório, que matiza que, no entanto, "continuará sendo um fator importante" para as economias da região, "por isso é urgente atrair fluxos de qualidade".

Segundo o texto, "com políticas ativas e integradas, os países podem aproveitar o IED para diversificar suas economias, potencializar a inovação e responder aos desafios da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável".

Além disso, a Cepal observa que a queda de 2015 na América Latina e no Caribe "contrasta com o dinamismo observado em nível global", que registrou aumento de 36% em IED, chegando a US$ 1,7 trilhão.

Estes fluxos foram estimulados por uma intensa onda de fusões e aquisições, sobretudo além das fronteiras, focada nos países desenvolvidos, segundo o texto, enquanto na região, apesar de estar em baixa geral, os resultados por países não foram uniformes.

No Brasil, por exemplo, o IED caiu 23%, para US$ 75 bilhões, mas o país se manteve como o principal receptor de investimento estrangeiro da região, com 42% do total.

No México, segundo maior receptor, o IED subiu 18%, para US$ 30,285 bilhões, um de seus níveis mais altos em sete anos.

Na Argentina, o investimento aumentou 130%, para US$ 11,65 bilhões, elevação que se explica porque em 2014 foi contabilizada a nacionalização de 51% da petrolífera estatal YPF, realizada em 2012, o que significou um desinvestimento de cerca de US$ 6 bilhões há dois anos.

Por outro lado, as saídas de IED a partir de América Latina e Caribe diminuíram 15%, para US$ 47,362 bilhões em 2015, o que segundo a Cepal reflete a moderação da expansão iniciada pelas chamadas empresas translatinas entre 2007 e 2012.

No ano passado, o Chile foi o principal investidor no exterior, com US$ 15,794 bilhões, 22% a mais que em 2014. Já o IED feito pelo Brasil somou US$ 13,498 bilhões em 2015, 48% a menos que no ano anterior.